A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21/10), a Operação Laissez Faire, Laissez Passer. Cerca de 10 policiais federais cumprem em Niterói, no Rio de Janeiro, dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba (PR), dentro das investigações que apuram crimes contra a Petrobras.
Segundo informações da PF, as medidas visam aprofundar as investigações acerca de práticas criminosas cometidas na antiga Diretoria de Abastecimento da empresa. Segundo dirigente de uma empreiteira nacional, que veio a celebrar acordo de colaboração premiada com a Justiça, foram realizados pagamentos de vantagem indevida para o então diretor de Abastecimento, assim como por agente político que havia sido responsável pela sua indicação para aquele cargo dentro estatal.
Os pagamentos ilícitos teriam sido operacionalizados por um empresário investigado, que, para ocultar e dissimular a origem espúria dos recursos, teria celebrado contratos de prestação de serviços fictícios com a empreiteira, bem como emitido notas fiscais falsas. Os recursos seriam, então, destinados para o custeio de despesas pessoais do diretor da estatal, a exemplo de benfeitorias que teriam sido realizadas em seu apartamento.
Por sua vez, a fim de auxiliar a resolução comercial de pendências contratuais que a empreiteira tinha junto à estatal, pagamentos teriam também sido operacionalizados em benefício do agente político responsável pela indicação do então diretor de Abastecimento, mediante entregas de recursos em espécie para a chefe de gabinete do parlamentar.
O avanço das investigações, assim como as provas apresentadas pelo empreiteiro colaborador da Justiça, revelou que parte dos recursos recebidos pelo operador investigado eram destinados à investigada que ocupava a posição de secretária do diretor de Abastecimento.
Mensalidade paga
Diversas mensagens de e-mail, SMS, além de análise de documentos e extratos de pagamentos obtidos durante a investigação, mostraram que a funcionária, valendo-se de sua posição, solicitava vantagens indevidas ao operador, as quais eram atendidas pelo investigado e se materializavam na quitação de mensalidades (pagamentos de boletos de estabelecimento de ensino superior) de curso do filho da investigada. Tais despesas eram suportadas pelo investigado com os recursos obtidos a partir do acerto mantido com o empreiteiro colaborador da Justiça.
Assim, as medidas judiciais cumpridas hoje visam elucidar a possível prática de crimes narrados pelo colaborador, assim como aprofundar o rastreamento de recursos e bens de origem criminosa.
A investigação policial recebeu o nome de Operação Laissez Faire, Laissez Passer por causa da aparente banalidade e perspectiva de impunidade com que crimes teriam sido praticados nas mais diversas esferas hierárquicas da empresa vítima.
A Polícia Federal segue nas investigações para identificar e responsabilizar os suspeitos dos crimes.
Fonte: metropoles
Créditos: Polêmica Paraíba