Apesar da desidratação do PSDB em nível nacional, enfrentando hoje um dos momentos mais difíceis de sua história, seu presidente Marconi Perillo afirmou, em entrevista ao “Congresso em Foco”, que o partido cogita lançar um nome para a presidência da República em 2026. O PSDB elegeu governadores no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, e na Paraíba o candidato Pedro Cunha Lima disputou o segundo turno, em 2022, contra João Azevêdo (PSB), perdendo por diferença estreita. O partido, que esteve entre os mais poderosos do país na década de 90 e início dos anos 2000, corre o risco de entrar para a lista de siglas eliminadas pela cláusula de desempenho eleitoral, e Perillo examina estratégias para a sobrevivência dos tucanos na arena política. Em nosso Estado, a tendência do PSDB em 2026 é apoiar a candidatura do senador Efraim Filho, do União Brasil, embora Pedro Cunha Lima continue mordido pela “mosca azul”.
De acordo com Perillo estão em exame duas alternativas para manter a relevância institucional do PSDB. O primeiro passo seria uma fusão com partidos menores ou de tamanho semelhante, garantindo a preservação da identidade tucana. Se isto não ocorrer, o nome do partido poderia ser mantido com uma nova denominação como “PSDB+X”. Em um segundo momento, formar uma federação com um partido maior, citando como exemplo o MDB. A decisão final, incluindo a escolha das siglas, está prevista para acontecer em março. Na Paraíba, o presidente do diretório regional do PSDB é o deputado estadual Fábio Ramalho, enquanto o ex-deputado Pedro Cunha dirige a federação PSDB-Cidadania. O partido conta com representantes na Assembleia Legislativa mas não tem um deputado federal ou senador. O último governador eleito no Estado foi Cássio Cunha Lima, que se elegeu em 2002, reelegeu-se em 2006 mas oi cassado em fevereiro de 2009 sob alegação de conduta vedada no exercício do cargo. Cássio ainda exerceu mandato de senador, sendo eleito em 2010 com votação expressiva, mas não conseguiu a reeleição em 2018, ficando em quarto lugar, para surpresa dos analistas políticos.
Além de estar afinado com o União Brasil do senador Efraim Filho, o PSDB da Paraíba tem aliança com o MDB do senador Veneziano Vital do Rêgo, Líder do Bloco da Maioria no Senado. Em 2022, no segundo turno, Veneziano declarou apoio à candidatura de Pedro Cunha Lima ao governo depois que não conseguiu avançar na disputa contra João Azevêdo. Posteriormente, Pedro Cunha Lima manifestou o apoio irrestrito do PSDB à candidatura de Veneziano à reeleição em 2026, tendo o senador emedebista participado de reunião em João Pessoa para definir estratégia das oposições, que contou com a presença de deputados bolsonaristas. Marconi Perillo explicou que o PSDB teve uma ascensão meteórica e que com apenas seis anos de fundação já chegou à Presidência da República com Fernando Henrique Cardoso. Desde então, até 2014, o partido foi protagonista das eleições presidenciais e o principal antagonista do PT.
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– Erramos muito ao focar nossas campanha no combate a Jair Bolsonaro e deixar um pouco de lado o PT, que sempre foi nosso antagonista. Isso fez com que parte do nosso eleitorado tradicional nos deixasse, achando que estávamos sendo uma linha auxiliar do PT. A estratégia era derrotar Bolsonaro no primeiro turno para que o PSDB fosse o principal adversário do PT no segundo turno, mas essa leitura se mostrou equivocada – admitiu Perillo, em “mea culpa” na entrevista ao “Congresso em Foco”.
Nonato Guedes
