A belo-horizontina Fernanda Matias Almeida, de 35 anos, trabalhava como diarista na casa de uma mulher há oito meses. Nunca tinha ouvido reclamação da patroa referente a seu serviço, até um dia revelar sua religião. Ao descobrir que Fernanda é espírita, a então empregadora, que é evangélica, decidiu demiti-la. O relato foi publicado pelo filho dela, Gabriel Pedrosa, nessa quarta (3) e viralizou no Facebook, com cerca de 4 mil reações e mais de mil compartilhamentos.
“Faço faxina na casa de uma cliente, e ela disse que se soubesse que eu estaria indo em um centro espírita, me mandaria embora. Falei que, sim, que vou a um centro espírita, e ela disse: ‘então, não quero que você trabalhe mais aqui, não gosto desse tipo de religião na minha casa’”, contou Fernanda à reportagem de O TEMPO.
Ao ouvir as palavras da então empregadora, a primeira reação de Fernanda foi de indignação. “Mas depois eu fiquei com pena dela: é uma pessoa que prega tanto a fé, mas não tem fé nenhuma. Então, respondi: ‘beleza’”.
Veja o relato do filho dela:
Além de trabalhar como diarista, Fernanda exerce a função de manicure. Ela é mãe de um rapaz de 20 anos, uma filha, de 13, e outra de dois. A diarista conta que atualmente faz faxinas semanais em duas casas e precisa do dinheiro do trabalho para sustentar a família.
Direito assegurado na Constituição
O artigo 5º da Constituição brasileira assegura o culto religioso individual e prevê que é “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Fernanda, porém, não pretende mover nenhuma ação contra a antiga patroa por intolerância religiosa. “Pessoas que agem como ela são dignas de dó”, finaliza.
Fonte: O Tempo
Créditos: O Tempo