O presidente Jair Bolsonaro disse, na manhã desta sexta-feira, que não há fome no Brasil. Durante café da manhã com correspondes de jornais estrangeiros, o chefe do Planalto destacou que “não se vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético” e criticou o que chamou de “discurso populista”.
— O Brasil é um país rico para praticamente qualquer plantio. Fora que passar fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo — destacou Bolsonaro.
Bolsonaro havia sido questionado por uma correspondente do jornal espanhol “El País” sobre planos do governo federal para dar suporte ao aumento da pobreza e da fome no país. A jornalista citou encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que, segundo ela, demonstrou preocupação com o número de pobres e famintos e comentou sobre conversas com o Planalto em prol de políticas para o problema.
O presidente respondeu a jornalista que, de um hectare de lâmina d’água, é possível retirar de dez a 15 toneladas de peixe tilápia por ano. Segundo ele, fazer uma pesquisa central hidrelétrica ou uma pequena represa no Brasil “é quase impossível” pelo que chamou de “psicose ambiental”.
Bolsonaro criticou que governos anteriores tenham atrelado a distribuição de riqueza à distribuição de bolsas. Criaram, segundo ele, “um país das Bolsas”. O presidente disse que só o conhecimento tira o cidadão da miséria e criticou o que chamou de “discurso populista” sobre a fome.
— Esses políticos que criticam a questão da fome no Brasil, no meu entender, tem que se preocupar, estudar um pouco mais as consequências disso. Lá, é precipitação pluviométrica [chuva] é menor que do Sertão nordestino. Eles conseguem não só garantir sua segurança alimentar, como exportar parte para a Europa. Falar que se passa fome no Brasil é discurso populista, tentando ganhar simpatia popular, nada além disso.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo