
Conhecida como a “rainha do sertanejo”, Roberta Miranda tem uma trajetória marcada por desafios. Em entrevista ao Fantástico deste domingo (9), a cantora revelou detalhes de um dos episódios mais traumáticos de sua vida.
“Eu fui trabalhar na boate como cantora para continuar tendo um lugar, um teto. Foi aonde tinha uma pessoa, que todo mundo conhece lá, mas eu não vou falar o nome e ele se invocou comigo. Ele meteu o revólver na minha cabeça e ele me estuprou”, conta a cantora.
Roberta também relatou outra cena de violência vivida com o abusador, que resultou na perda do filho que ela estava esperando.
“Quando o meu filho estava com cinco meses e meio, ele me queria outra vez. Aí eu peguei a cadeira, dei uma cadeirada nele, eu tinha um ódio dele tremendo. Foi quando ele deu um chute na minha barriga e matou o meu filho. Isso para mim é um horror”, disse, emocionada.
Diante da gravidade do relato, surge uma indagação inevitável: sendo Roberta Miranda paraibana, poderia o abusador ser também um nome conhecido na Paraíba? A própria cantora preferiu não revelar a identidade do agressor, mas a história levanta questionamentos sobre a impunidade e o silêncio que ainda cercam casos de violência contra a mulher.
Apesar das marcas deixadas por essa violência, Roberta Miranda encontrou forças para seguir em frente. No livro autobiográfico que acaba de lançar, ela compartilha suas cicatrizes com a esperança de ajudar outras mulheres a romperem com ciclos de abuso.
“Demorei anos para tomar essa decisão. Mas percebi que poderia dar força a outras mulheres. Se eu conseguir inspirar alguém a sair de uma situação de abuso, já valeu a pena”, declarou a cantora.
Dessa jornada de superação, nasceu a música “A Corajosa”, um hino de empoderamento feminino. “Se a gente não tiver coragem de mandar embora alguém que não nos respeita, ele não vai embora. É preciso se impor”, enfatizou Roberta Miranda.