Em mais um sinal de desprezo e despreparo, as diretrizes, metas e prioridades do governo Jair Bolsonaro para o Orçamento de 2022 não incluem os possíveis impactos da Covid-19 na economia brasileira. O plano não apresenta cálculos sobre como a pandemia pode influenciar as contas públicas. O PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) foi enviado ao Congresso em 15 de abril e é o 1º passo para a formulação do Orçamento do próximo ano. O texto ainda será editado pelo próprio governo, que tem até agosto para fazer mudanças. As informações são do Poder360.
Servidores das comissões de Orçamento do Congresso lançaram uma nota sobre o projeto e afirmaram que é preciso considerar os possíveis impactos da pandemia. “Diferentemente do PLDO 2021, o PLDO 2022 não aborda, de forma separada, os riscos que podem afetar receitas, despesas e dívida pública em função dos efeitos da covid-19”. Os servidores afirmam ainda que o governo tem expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este e para o próximo ano, mas que o cenário é de incerteza. “A pandemia continua se alastrando em 2021, aumentando as incertezas sobre o cenário das finanças públicas em 2022“, diz a nota.
Um estudo da Universidade Harvard mostra que medidas restritivas de distanciamento social podem ser necessárias até 2022. Essa seria a forma de evitar novas ondas de infecções e mortes por Covid-19. No Brasil, a pandemia deve se estender até 2023, segundo previsão feita pelo diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, Ricardo Palácios.
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Essa não é a 1ª peça orçamentária contestada por não levar em conta a pandemia. Um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), divulgado em 20 de abril pelo portal UOL, mostra que o governo federal não reservou dinheiro para o enfrentamento da pandemia em 2021. O relatório deve ser analisado pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pandemia, que investigará no Senado a conduta do governo durante a pandemia e o uso de recursos da União transferidos para Estados e municípios.
Fonte: Poder360
Créditos: Polêmica Paraíba
