Agentes da Delegacia de Defraudações (DDEF) da Polícia Civil realizaram uma megaoperação de combate à emissão de diplomas escolares falsos na manhã desta segunda-feira. Nos últimos cinco anos, esse grupo teria emitido 350 mil diplomas e movimentado cerca de R$ 700 milhões. Batizada de Operação Nota Zero, as vítimas dos golpistas eram pessoas que não haviam concluído, em grande maioria, o Ensino Médio. O esquema era formado, dentre outros, por um policial militar reformado que é um dos donos de um dos colégios investigados, e um ex-conselheiro do Conselho Estadual de Educação, além de funcionários das escolas.
Ao todo, foram investigadas 11 escolas particulares que forjavam históricos e certificados escolares do Ensino Médio e de cursos a distância para serem usados em matrículas de universidades, concursos públicos e também empregos. Os supostos formandos tiveram até os seus nomes publicados em Diário Oficial. Participaram da operação 110 policiais civis que cumpriram 35 mandados de busca e apreensão em escolas e residências de donos, diretores e funcionários das escolas de todas as regiões do Rio, além de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nilópolis, na Baixada Fluminense.
De acordo com a polícia, há indícios de que algumas dessas unidades escolares eram apenas de fachada, pois nem professores e salas adequadas elas tinham de fato.
— A legislação autoriza quem elas funcionem apenas no Estado do Rio, sendo proibida a emissão de certificados para fora dele. Por determinação da Secretaria estadual de Educação, o curso a distância precisa ter 20% dessa aulas presenciais. Hoje foi constatado que essas instituições de ensino sequer têm capacidade física para isso. Na que fui pessoalmente, não havia sequer um aluno e as salas de aula não tinham capacidade para esse montante — disse a delegada da DDEF, Patricia de Paiva Aguiar.
A Polícia Civil também informou que todos os vitimados pelo esquema devem procurar como reaver o prejuízo pelas vias legais. A mãe de um dos alunos de uma escola investigada chegou a desabafar com a delegada que estava desconfiada da índole da instituição após o filho realizar uma prova e, em seguida, conseguir levá-la para casa.
— Todas as pessoas que já possuem esses diplomas precisam saber que eles não têm validade. Para vocês terem uma ideia, uma escola dessas emitiu mais de 20% de certificados que todas as 61 escolas do estado juntas. Esse é um prejuízo difícil de se mensurar, então é bom as pessoas procurarem se informar e não acreditar em facilidades — completou a delegada.
De acordo com a Polícia Civil, o Rio de Janeiro é um dos maiores fornecedores de diplomas falsos do Brasil.
VEJA QUAIS FORAM AS ESCOLAS INVESTIGADAS
Centro de Formação, Aplicação e Cultura (Cefac)
Centro Educacional Futura
Centro Educacional Pódio
Ensino Já / Supletivo Acelerado
Ensino Livre Projeto Semear
Instituto Educacional Luminis
Instituto Latino de Ciência e Tecnologia
Instituto Triunfo / Jardim Escola Triunfo
Polo de Ensino Rosana Barros
Rede Winner
Sistema Augusto de Educação Integrada (Saei)
Fonte: EXTRA
Créditos: EXTRA