Discurso

"O dia 8 de Janeiro não foi um domingo no parque", diz Veneziano sobre os atos antidemocráticos; assista

"O dia 8 de Janeiro não foi um domingo no parque", diz Veneziano sobre os atos antidemocráticos; assista

Durante sessão no Senado Federal, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) fez um pronunciamento contundente rebatendo comparações entre os atos antidemocráticos recentes e o período da ditadura militar no Brasil. Em resposta ao senador Plínio Valério (PSDB-AM), Veneziano defendeu a importância da democracia e relembrou a repressão vivida por brasileiros que resistiram ao regime militar.

“Discordei porque isso me toca, me toca porque eu conheço a história de quem defendeu a democracia efetivamente e foi, por fazer essa defesa, tolhido dos seus direitos”, afirmou o senador paraibano, ao criticar o que considera uma tentativa de relativizar os atos golpistas ocorridos no país.

Veneziano citou o ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplo de alguém que, mesmo denunciado, teve amplo acesso às redes e meios de comunicação para se defender. “Hoje o presidente Bolsonaro, quando fala sobre falta de liberdade, teve a oportunidade em todas as redes de comunicação de livre e legitimamente discordar das teses da denúncia que for aceita. Imagine lá, na década de 60, ele que é um ardoroso defensor de torturadores, como o Ustra”, disparou.

O senador lamentou o fato de o Brasil ter sido governado por alguém que exalta figuras ligadas à repressão do regime militar. “O Brasil teve um presidente que defendia e defende torturadores”, enfatizou.

Reação aos atos antidemocráticos

Veneziano também se posicionou firmemente contra a minimização dos atos de 8 de janeiro de 2023 e de outras ações violentas que precederam a data. “Achar que aquele foi um domingo no parque, achar que as bombas que foram colocadas para explodir no Aeroporto Internacional JK de Brasília eram uma brincadeira? […] Essa culpa eu não levo absolutamente, nem que justificadas fossem as condições para eu voltar ao Senado dizendo aquilo que a minha consciência não me permita”, declarou.

Ao final do discurso, Veneziano reiterou que sua atuação parlamentar é baseada em princípios e na história que construiu ao longo dos mandatos como vereador, prefeito, deputado federal e senador. “Subo à tribuna não para fazer likes, não para ser visto ou ser aplaudido, subo à tribuna para professar convicções que são as convicções de uma história.”

O senador ainda agradeceu, de forma respeitosa, aos colegas Eduardo Girão e Plínio Valério, reforçando o tom firme, porém institucional, de sua fala.