A Apple apresentará na quarta-feira (12), a safra 2018 de seu iPhone com vários modelos novos de seu principal produto, com os quais espera impressionar os consumidores apesar dos altos preços e de um mercado global saturado.
Como sempre faz, a gigante americana deu poucas pistas sobre a apresentação planejada na sede de Cupertino, Silicon Valley, mas como todos os anos a especulação fez o seu trabalho: lançará três modelos de iPhone, incluindo uma versão maior do caro iPhoneX, apresentado no ano passado, e que poderia ser ainda mais caro.
Esse modelo, desenhado para celebrar os dez anos do smartphone, chegou repleto de inovações tecnológicas (reconhecimento facial, tela de LED, entre outras coisas) e é vendido a partir de US$ 999 nos Estados Unidos.
A marca cofundada pelo falecido Steve Jobs também apresentou dois outros modelos, o 8 e o 8 Plus.
Embora as vendas do iPhone tenham caído entre abril e junho, a Apple vendeu 41,3 milhões de aparelhos. A estratégia de oferecer produtos de alta qualidade permitiu que a Apple aumentasse 20% de seu faturamento de smartphones, graças a seus altos preços.
Apesar dessa forte dependência financeira dos smartphones, os investidores ainda confiam na marca Apple, que ultrapassou o limiar simbólico de um trilhão de dólares de capitalização de mercado no início de agosto.
“A Apple não tem nada a provar, exceto que quer segmentar o mercado um pouco mais”, diz o analista Bob O’Donnell, da TECHnalysis Research. “Tentará oferecer uma gama mais ampla de opções”, continua.
Carolina Milanesi, que segue a Apple na Creative Strategies, concorda. Ela espera que a Apple também apresente um modelo “mais barato”, que poderia dizer um pouco mais sobre a estratégia da marca.
“Será interessante ver como se posicionam: se realmente for um modelo de entrada para a gama de produtos, então terá que ser mais barato” do que os outros, estima, considerando um preço “em torno de 600 ou 700 dólares”.
Mas que tecnologias a Apple escolherá? Uma tela LCD mais barata em vez do LED, mas com a lente de câmera dupla na frente? Seria uma boa ideia, pensa Milanesi.
“Isso vai dizer um pouco mais sobre o que eles se preocupam e o que estão tentando fazer: aumentar a participação no mercado? Tornar as pessoas mais viciadas em novas tecnologias para que usem mais aplicativos de realidade aumentada ou outras coisas novas que a Apple está propondo?”, diz Milanesi, que está inclinada a acreditar que se trata da última opção.
Consciente da saturação do mercado de smartphones, a Apple está trabalhando para diversificar, inclusive através de serviços (pagamento, streaming de música, conteúdo de vídeo, realidade aumentada…): um iPhone com mais funções e telas maiores são consistentes com esta estratégia.
Sua concorrente sul-coreana Samsung, que acaba de apresentar seu Galaxy Note 9, começou a sofrer com essa saturação. A líder mundial registrou uma queda de 22% em seu volume de negócios relacionado a dispositivos móveis no segundo trimestre, algo atribuído às decepcionantes vendas de seu modelo Galaxy S9, lançado em março.
O aumento da concorrência por fabricantes chineses, liderados pela Huawei, também explica essa desaceleração.
No segundo trimestre, pela primeira vez, a Huawei vendeu mais smartphones do que a Apple, subindo para o segundo lugar no pódio mundial.
A Samsung vendeu 71,5 milhões de telefones entre abril e junho, uma participação de mercado de 20,9%, seguida pela Huawei com 54,2 milhões de unidades vendidas e uma participação de mercado de 15,8%, agora à frente da Apple, que tem uma participação de mercado de 12,1%, de acordo com os cálculos da International Data Corporation (IDC).
O mercado global caiu 1,8% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, com 342 milhões de aparelhos vendidos, segundo a IDC.
Para a IDC, no entanto, o mercado recuperará seu crescimento – em torno de 3% ao ano – a partir de 2019, graças a um salto no mercado indiano, uma recuperação no mercado chinês ou a chegada da internet móvel ultrarrápida 5G.
Fonte: Jornal do Brasil
Créditos: Jornal do Brasil