"Discurso na ponta da língua"

Nos 600 dias de governo, Bolsonaro dirá que ações na saúde e na economia evitaram o pior na pandemia - Por Vicente Nunes

30/07/2020. Credito : Alan Santos/PR/reprodução. Presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimenta populares no Aeroporto Internacional Serra da Capivara de São Raimundo Nonato – PI.

O presidente Jair Bolsonaro já está com o discurso na ponta da língua para a comemoração, neste domingo (23/08), dos 600 dias de governo e cinco meses de enfrentamento do novo coronavírus. Ele está convencido de que as medidas adotadas pelo governo, tanto na saúde quanto na economia, evitaram que o Brasil sucumbisse à pandemia.
Bolsonaro foi muito bem preparado para rebater todas as críticas de opositores, sobretudo no que se refere à morte de mais de 110 mil pessoas pela covid-19, ao aumento do desemprego — 40 milhões de pessoas procuram trabalho — e à falência de empresas.

 

Veja os pontos sobre os quais o governo — em especial, o presidente — baterá mundo, cientes de que tudo está no caminho certo, a ponto de hoje não ter nenhum candidato capaz de evitar a reeleição de Bolsonaro em 2022. O Blog teve acesso ao documento que será liberado nesta sexta.

 

Auxílio emergencial: Desde abril, o governo beneficiou mais de 126 milhões de brasileiros de famílias em situação vulnerável, direta e indiretamente. O governo recorre a um estudo da Universidade de São Paulo (USP) para mostrar que o auxílio foi responsável pela retirada de 5,5 milhões de brasileiros da pobreza e por evitar que outras 26,5 milhões  tivessem queda de rendimentos e passassem para a faixa da pobreza.

 

Povos indígenas: O Planalto afirma que destinou R$ 4,7 bilhões para o atendimento de povos e comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhos, quilombolas e ciganos), idosos, pessoas em situação de rua ou em áreas urbanas vulneráveis (Operação Acolhida em Roraima) e pessoas com deficiência.

 

Reforço na saúde:  Segundo o governo, além de R$ 53,2 bilhões pagos, desde janeiro, a estados e municípios para o atendimento de rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), foram repassados R$ 17,9 bilhões adicionais em razão da pandemia. Com isso, foi possível habilitar 12 mil novos leitos de UTI, voltados, exclusivamente, ao atendimento de pacientes da covid-19.

 

Gastos públicos e PIB: Dados do Ministério da Economia mostram que o Brasil tem investido mais do que a média dos países avançados e quase o dobro do que as nações emergentes para combater os efeitos do coronavírus. As medidas brasileiras de combate à Covid-19 representam impacto primário equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). A média dos países avançados é de 6,7% do PIB. Entre os emergentes, a média é de 4,1%. O impacto do enfrentamento à pandemia soma mais de R$ 1,1 trilhão, considerando os gastos direto do Tesouro Nacional, a liberação de crédito e a suspensão e ampliação de prazos para pagamentos, entre outras medidas.

 

Empregos: O governo afirma que um dos resultados mais visíveis da aplicação dos recursos federais no combate à pandemia está na quantidade de empregos preservados, que somam 16,2
milhões, conforme balanço do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O Planalto ressalta que o programa ajuda empregados e empregadores a enfrentar os efeitos econômicos da pandemia por intermédio da concessão do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda aos trabalhadores que tiveram jornada reduzida
ou contrato suspenso e, ainda, oferece o pagamento do auxílio emergencial para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado. Os investimentos para preservação desses empregos somam R$ 24, 4 bilhões.

 

Retomada do crescimento: Para o governo, o plano Pró-Brasil vai acelerar a retomada da economia brasileira no período pós-pandemia, por meio da execução de projetos e ações de
grande impacto na geração de empregos e renda. Além de obras já planejadas ou em andamento, o foco são as medidas de transformação, modernização e desburocratização do Estado que vão melhorar o ambiente de negócios no país e impulsionar a atração de investimentos privados. Em sua carteira, o Pró-Brasil tem mais de 160 leilões e privatizações previstos. Com isso, a estimativa é atrair R$ 1 trilhão de investimentos privados em 10 anos. A carteira completa de projetos do Pró-Brasil será apresentada à sociedade neste mês.

 

O Planalto trata ainda, no documento referente aos 600 dias de governo e de cinco meses de enfrentamento da pandemia, da força da agricultura para a economia, do combate aos crimes ambientais, do governo digital e da Operação #Ninguémficapratrás, que trouxe muitos brasileiros do exterior para o país.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Vicente Nunes