Deputado paraibano assume comando da Casa com discurso em defesa da democracia e da estabilidade econômica
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito neste sábado (1º) presidente da Câmara dos Deputados para um mandato de dois anos. O parlamentar paraibano conquistou uma vitória expressiva, com 444 votos, contra 31 de Marcel Van Hattem (Novo-RS) e 22 de Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). O resultado foi anunciado às 18h51 pelo ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Logo após a proclamação da vitória, Motta assumiu a cadeira da presidência e fez seu primeiro discurso, marcado por referências históricas e uma defesa enfática da democracia e da estabilidade econômica.
“Vamos deixar o Brasil passar”
Em sua fala, o novo presidente da Câmara fez um apelo para que os parlamentares priorizem a governabilidade e evitem disputas infrutíferas.
“Faço um apelo, vamos deixar o Brasil passar. Não se pode mais discutir o óbvio. Nada pior para os mais pobres do que a inflação e a instabilidade na economia. Defenderemos a democracia porque defenderemos também as melhores práticas e políticas econômicas. Defender estabilidade econômica é defender a estabilidade social”, afirmou.
Motta também evocou a memória de Ulysses Guimarães, segurando um exemplar da Constituição Federal e repetindo o gesto icônico do líder da redemocratização.
“Não posso deixar de lembrar e me emocionar, pois essa é a cadeira do pai de nossa Constituição, Ulysses Guimarães. Assumo a presidência da Câmara dos Deputados com três compromissos, três únicas prioridades: servir ao Brasil, servir ao Brasil, servir ao Brasil”, declarou.
Legislativo forte e críticas ao presidencialismo de coalizão
No discurso, Motta fez questão de reforçar a importância do Parlamento na defesa da democracia e do equilíbrio entre os poderes. Ele citou novamente Ulysses Guimarães, repetindo a célebre frase:
“Tenho ódio e nojo à ditadura”.
O parlamentar enfatizou que não há ditadura com um Parlamento forte e fez um aceno à imprensa, classificando-a como essencial para a democracia.
“Não há democracia sem imprensa livre e independente. Quero aqui agradecer e parabenizar a todos os jornalistas presentes nesse sábado”, destacou.
Motta também fez duras críticas ao presidencialismo de coalizão, sistema político brasileiro em que o Executivo depende de alianças com o Legislativo para governar. Para ele, trata-se de um modelo falho que enfraquece o papel do Congresso.
“Nada mais, nada menos que a locação, o aluguel, o empréstimo do poder semipresencial do Legislativo ao Executivo”, criticou.
Desafios à frente
Hugo Motta assume a presidência da Câmara dos Deputados em um momento de desafios para o Congresso Nacional, com pautas econômicas, políticas e sociais em jogo. Sua gestão será determinante para a condução das principais matérias legislativas nos próximos dois anos.
Por fim, Hugo ainda disse “Não podemos deixar que ninguém erre com o Brasil” e citando o filme brasileiro indicado ao Oscar, Hugo finalizou: “Ainda estamos aqui.”
Com um discurso firme e repleto de simbolismos, o deputado paraibano inicia sua trajetória à frente da Casa prometendo equilíbrio, diálogo e compromisso com o país.