O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce do Coronavírus nesta quinta-feira, apesar de não haver comprovação da eficácia do remédio. Segundo o presidente, ele não é médico, mas é “ousado”, como o “cabra da peste nordestino”. A declaração foi dada em cerimônia de inauguração da adutora do Pajeú, em São José do Egito (PE).
— Deus foi tão abençoado que nos deu a hidroxicloroquina para quem se acometer da doença. Quem não acreditou engula agora. Eu não sou médico, mas sou ousado, como o cabra da peste nordestino. Nós temos que buscar uma solução para os nossos problemas, e ela apareceu — disse.
O presidente também fez críticas ao isolamento social, adotado por estados e municípios, para conter a Covid-19. Segundo Bolsonaro, era preciso zelar pelas pessoas com comorbidades, mas deixar o restante da população trabalhar.
— Alguns políticos fecharam tudo durante a pandemia. Eu sempre falei: não tem que fechar nada, não tem que prender ninguém dentro de casa — disse.
Sem mencionar candidatos, Bolsonaro defendeu que os moradores da cidade precisam “caprichar para escolher prefeito e vereadores”.
— Vamos escolher gente que tenha Deus no coração, que tenha na alma patriotismo e queira de verdade o bem do próximo. Deus, pátria e família — afirmou.
Bolsonaro foi a Pernambuco na manhã de hoje acompanhado dos ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança-Institucional; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
A ida a São José do Egito faz parte de uma série de viagens que o presidente tem feito nas últimas semanas, para inaugurar obras. No mês passado, visitou também a Paraíba, Bahia e Mato Grosso.
Renda Cidadã
Durante a cerimônia, Bezerra disse que o Renda Cidadã, programa que o governo quer criar para substituir o Bolsa Família, será o “maior programa de solidariedade social da história desse país”.
A declaração ocorre em um momento de impasse sobre o financiamento do Renda Cidadã, após a proposta do governo de usar precatórios e recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) ser duramente criticado por especialistas e pelo mercado.
Diante da reação, o Palácio do Planalto já estuda fazer ajustes e descartar o uso de recursos dos precatórios como fonte de financiamento. Há indícios também de que o Fundeb deixará de ser uma opção. Novas alternativas estão em estudo pela equipe econômica, que busca algo “mais suave e palatável” para o mercado, segundo interlocutores.
Fonte: O Globo
Créditos: O Globo