Raynison Monteiro, médico do Hospital 28 de Agosto, na zona central de Manaus (AM), relata que as cirurgias consideradas como “urgentes” na unidade foram paralisadas, por conta da falta de oxigênio para tratamento de pacientes na capital.
Esses procedimentos cirúrgicos, no entanto, deveriam ser realizados com a urgência que as situações requerem, uma vez que, se houver demora, as chances de morte aumentam exponencialmente. É o caso de quem perdeu algum membro do corpo, por exemplo.
Raynison conta que a orientação é realizar apenas as cirurgias consideradas “emergenciais” – quando o paciente corre risco extremo de morte e é ainda mais necessário, portanto, arriscar o procedimento, apesar da escassez do gás.
O profissional de saúde diz viver um sentimento de impotência, visto que, segundo ele, não há nada a fazer quando se falta oxigênio.
“Isso é muito triste, porque ficamos sem poder fazer absolutamente nada quando falta oxigênio. Ficamos inúteis. Sem oxigênio, a pessoa vai morrer. Então, frustra a equipe toda”, lamenta o cirurgião.
Os casos de Covid-19 têm crescido dia após dia na cidade. A crise é intensificada com a alta ocupação de leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) e a falta de oxigênio.
Raynison afirma também jamais ter passado por circunstância parecida. “Nunca nem imaginei vivenciar essa situação. O que estamos vendo é uma verdadeira catástrofe”, prossegue o profissional.
Ele responsabiliza governantes pela falta de oxigênio e, por conseguinte, pelo colapso no sistema de saúde da capital amazonense.
“É lamentável o que a gente está passando. A nossa família, parentes, irmãos… Neste momento, estão sofrendo por conta da falta de oxigênio”, declarou.
“Se já não bastasse o vírus causando esse dano tremendo, existe ainda essa triste falta de oxigênio”, finaliza.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba