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MPT lança jogo digital de combate ao trabalho infantil

Projeto pioneiro no Brasil foi idealizado pelo procurador Marcos Antônio

MPT lança jogo digital de combate ao trabalho infantil

trabalho infantil

O Ministério Público do Trabalho (MPT) lançou esta semana, em Brasília, o jogo educativo Infância Livre. O game, para crianças e adolescentes, apresenta vários possíveis cenários de exploração da mão de obra infantil, como lixões, o meio rural e o ambiente doméstico, a fim de mobilizar a sociedade para a erradicação do trabalho infantil. No Brasil, 3 milhões de crianças estão em situação de trabalho. No jogo, são fornecidas informações sobre os prejuízos da prática e sobre os direitos da criança e do adolescente. O Infância Livre está disponível gratuitamente na internet, pelo endereço www.mptgames.com.br/infancialivre, e pode ser baixado em computadores e tablets.?

O projeto é resultado de cooperação entre o MPT na Paraíba e o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa), de Campina Grande (PB), firmada em 2012. No lançamento, foi exibido o trailer e o making off do processo de criação, animação e programação do jogo, desenvolvido pelos estudantes Aleff Ghimel, César Augusto, Aurélio Filgueiras e Valdemir Segundo, sob a supervisão do coordenador do curso, Rodrigo Motta.

A produção do game foi idealizada pelos procuradores Marcos Almeida e Raulino Maracajá, responsáveis pelo programa MPT Games. “A nossa ideia é explorar o potencial que os jogos digitais têm de entretenimento para levar informação e gerar a reflexão sobre temas sociais relevantes como o trabalho infantil. Nosso objetivo é promover cidadania nas relações de trabalho e, através disso, estabelecer uma sociedade mais justa e digna”, explicou Marcos Almeida.? Ele lembrou que a prática tem ligação com questões socioeconômicas e mitos que defendem o trabalho como elemento formador do caráter e alternativa para a fuga da marginalidade.

Ferramenta inovadora chama atenção

Durante o lançamento do jogo, o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, falou da relação entre o trabalho precoce e o trabalho escravo contemporâneo e destacou a importância de proteger à infância para evitar as condições precárias de trabalho entre os adultos. “Se conseguirmos erradicar o trabalho infantil estaremos muito próximos de erradicar o trabalho escravo. A maioria dos trabalhadores submetidos a condições análogas às de escravo foram crianças privadas de seus direitos, das brincadeiras e da escola.”?

O procurador do Trabalho Rafael Dias Marques ressaltou a importância do jogo. “Já está constatado que a mera repressão e punição dos exploradores é insuficiente para acabar com o problema do trabalho infantil. Esse game é uma ferramenta? inovadora que, de forma lúdica e pedagógica, surte muito mais efeito para a conscientização das pessoas do que uma sentença, um inquérito civil ou uma ação civil pública”, afirmou o? coordenador nacional de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Coordinfância), o procurador do Trabalho Rafael Dias Marques.

Participaram da solenidade de lançamento, em Brasília, a vice-procuradora-geral do Trabalho, Eliane Araque dos Santos, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Eduardo de Azevedo Lima, o procurador-chefe do MPT-PB, Cláudio Gadelha, o procurador-chefe do MPT-DF/TO, Alessandro Santos de Miranda, e a procuradora-chefe substituta, Paula de Ávila.
Correio da Paraíba