A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) investiga um suposto caso de bullying ocorrido ao longo do ano letivo de 2017 em uma escola da rede pública, em Sobradinho. O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recebeu, na segunda-feira (23/10), um termo de declaração de uma mulher que acusa a docente de tratar o filho com “negligência e desleixo”.
A mãe do garoto, de 7 anos, afirma que a educadora o perseguia, chamando-o de “burro” e “terror”. Ela ainda ameaçava reprovar o menino. O desgaste chegou ao estopim recentemente, quando a mãe decidiu trocar a criança de escola por não conseguir resolver o conflito de forma pacífica com a direção do colégio. O aluno acabou transferido para outra unidade em Sobradinho a fim de estancar os problemas.
Que esse caso sirva de exemplo para a professora aprender a lidar com perfis diferentes de alunos.”mãe do aluno
Para tentar resolver o impasse, a direção da instituição de ensino, segundo a mãe, chegou a transferir o garoto para o 3º ano. As professoras da turma, no entanto, ensinavam conteúdo pedagógico do 2º ano. A medida não foi suficiente e abalou ainda mais o garoto, que acabou afastado do convívio com os colegas da sua turma original.
“Senti que a própria direção da escola agiu de forma impaciente. Quando fui à regional (da Secretaria de Educação) explicar o caso, eles mesmo me indicaram ir ao Ministério Público”, relata a mãe, em meio a lágrimas. Ela preferiu não se identificar.
Criança abalada
As mudanças na vida do filho mexeram com o emocional da criança. Segundo a mãe, ele tem feito terapia e chegou a chorar durante uma sessão, ao desenhar os antigos amigos de classe.
A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) respondeu ao Metrópoles que o aluno vinha apresentando uma série de problemas nos últimos meses e, além de tentativas da própria professora, a escola fez reuniões registradas em ata com a mãe do estudante para buscar um melhor comportamento e rendimento escolar do educando.
Entre as iniciativas, foi colocado no projeto de intervenção Anjos da Guarda, em que os estudantes da série superior, no caso o 3º ano, auxiliam o colega nas disciplinas em que está com dificuldades. Após a denúncia à Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), o aluno foi transferido para outra escola. A mãe, no entanto, voltou atrás na denúncia, pediu o cancelamento da transferência e a criança deve voltar à escola de origem nesta quinta-feira (26/10).
A Corregedoria da SEEDF, que ainda não foi notificada sobre o caso, vai apurar os fatos junto à Coordenação Regional de Sobradinho. Caso fique comprovada conduta inadequada de algum servidor, será instaurado Processo Administrativo Disciplinar. As punições variam de advertência a exoneração do cargo público.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles