O jornalista e escritor Luiz Fábio Campana morreu neste sábado (29), às 19h30, após ser internado com Covid-19 no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. A informação foi confirmada pela família. Ele tinha 74 anos e estava sob o cuidado dos médicos desde quarta-feira (26).
Em 25 de março, Campana tomou a primeira dose da Coronavac. “Vacinado. Se virar jacaré me deixem no Parque Tingui”, brincou em publicação em suas redes sociais na ocasião.
A imunização foi completada no dia 15 de abril, quando o jornalista recebeu a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Fabio sofreu uma parada cardíaca, mas foram as complicações em razão do coronavírus que o levaram a morte.
Um dia antes da morte, a filha Izabel Campana publicou em seu perfil no Facebook um frase do escritor argentino Jorge Luis Borges:
“Talvez me enganem a velhice e o temor, mas tenho a suspeita de que a espécie humana – a única – está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta.”
Fábio Campana nasceu em 1947 no município paranaense de Foz do Iguaçu. Viveu em Curitiba desde 1960.
Publicou Restos Mortais, contos (1978); No Campo do Inimigo, contos (1981); Paraíso em Chamas, poesia (1994); O Guardador de Fantasmas, romance (1996); Todo o Sangue (2004); O último dia de Cabeza de Vaca (2005); Ai (2007); A Árvores de Isaías (2011); O Ventre, o Vaso, o Claustro (2017); e As Coisas Simples (2019).
Foi diretor da editora Travessa dos Editores, onde também dirigiu as revistas Et Cetera e Ideias.
No jornalismo, além de editor de seu blog por 15 anos, foi editor da revista Atenção e do jornal Correio de Notícias. Atuou como colunista político dos jornais Gazeta do Povo, O Estado do Paraná, Tribuna do Paraná, Gazeta do Paraná e Tribuna do Norte. Foi comentarista de política das rádios BandNews, Banda B e CBN no Paraná. Como repórter, foi autor de matérias marcantes, como “Sodomia, suor e látego”, publicada na extinta Revista Panorama, em 1979. A reportagem denunciava as condições do sistema prisional juvenil do Paraná.
Foi secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba e secretário de Estado da Comunicação Social em três administrações do Governo Estadual do Paraná.
Como publicitário, trabalhou nas agências Equipe e Exclam. No campo do marketing político, atuou em diversas campanhas para governador do Paraná e em inúmeras campanhas para prefeituras, além de ter dirigido a comunicação das campanhas presidenciais que elegeram dois presidentes do Paraguai: as de Juan Carlos Wasmosy (1993) e de Raúl Cubas Grau (1998).
Foi filiado ao Partido Comunista em 1960 e esteve filiado ao PCdoB até 1981, quando deixou o partido. Foi preso político em 1966 e em 1970.
Casado com a psicóloga e professora Denise de Camargo desde 1975, Fábio Campana deixa também dois filhos e um neto.
Fonte: Banda B
Créditos: Banda B