A meningite é um processo inflamatório das meninges – membranas que envolvem o cérebro e a médula espinhal – pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e parasitas. Dependendo do agente causador, ela pode provocar a morte em pouco tempo. A Paraíba já registrou este ano 10 casos de meningite, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. Este mês, o vereador de Alagoa Grande, na região do Brejo paraibano, Marcelo dos Santos Almeida, de 42 anos, morreu com meningite bacteriana. O infectologista do Hapvida, Fernando Chagas, faz um alerta sobre a doença, principalmente, a causada por bactérias que pode levar o paciente a morte em poucas horas.
A doença do tipo bacteriana é motivo de muita preocupação pelos especialistas. Os seus sintomas incluem febre alta, dor de cabeça e rigidez do pescoço ou da nuca. Também é normal o paciente ter mal estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e confusão mental. Conforme o quadro se desenvolve, acrescenta-se à lista convulsão, delírio, tremor e coma.
De acordo com o especialista, a meningite causada pela bactéria Neisseria Meningitidis (menigococo) é transmitida pela via respiratória e pode levar a morte em pouco tempo pelo seu avanço rápido no corpo humano. “Quando apresentar algum sintoma da doença é importante iniciar o tratamento imediatamente. Depois é que se investiga o tipo da meningite”, diz, lembrando que em alguns casos o paciente pode ficar sem enxergar, sem ouvir e até perder membros do corpo dependendo do avanço da enfermidade.
Fernando Chagas também destaca a meningite causada por streptococcus pneumoniae (pneumococo). Ela também pode matar de forma rápida e está relacionada a doenças respiratórias que quando não são bem tratadas podem evoluir para uma meningite. “Temos que ter muito cuidado com o tratamento de infecções de garganta e de ouvido, por exemplo. Essas infecções mal curadas podem levar a algo mais sério”, alerta.
“Uma paciente iniciou com uma infecção de ouvido evoluindo para uma infecção óssea chamada de mastoidite, que acabou evoluindo para uma meningite bacteriana, atingindo pele, osso e indo até o cérebro. É uma situação muito grave quando chega a esse estágio”, exemplifica.
O médico orienta que uma medida que reduz bastante a transmissão da meningite é a lavagem das mãos e também evitar grandes aglomerados de pessoas. “Tendo contato com alguém que esteja com alguma doença respiratória é importante sempre lavar as mãos e usar máscaras”, afirma. Também existem vacinas para algumas formas da doença.
Tratamento – O diagnóstico das meningites é feito por meio de exames de sangue e líquido cerebroespinhal. Nas bacterianas o tratamento é feito com antibióticos, associados ou não a corticóidese e a internação sempre é necessária. Nas virais, geralmente o tratamento é com antivirais e corticóides e nas fúngicas com antifúngicos.
Dados – A Paraíba já registrou este ano 10 casos de meningite, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. A doença foi detectada em pacientes de João Pessoa, Campina Grande, Alcantil, Alagoa Grande, Catolé do Rocha e Sousa. No ano passado, foram confirmados 38 casos da doença no Estado. Em 2017, 50 registros foram realizados.
No ano passado foram registradas 1.072 ocorrências de doença meningocócica no Brasil e 218 mortes. Em relação à meningite pneumocócica, foram 934 ocorrências e 282 mortes. As causadas por outras bactérias somaram 2.568 notificações e 316 óbitos. No caso da viral, foram registrados 7.873 casos e 93 mortes. Já as meningites por outras etiologias contabilizaram 624 ocorrências e 122. Os dados são do Ministério da Saúde.
Fonte: Hapvida
Créditos: Hapvida