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Médicos afirmam que Código de Ética esta ‘atrasado’ e pedem mudanças ao CFM

Os cirurgiões plásticos reivindicam do Conselho Federal de Medicina (CFM) o direito de postar em suas redes sociais o antes e depois dos procedimentos cirúrgicos estéticos, desde que essa divulgação seja previamente autorizada pelo paciente. O movimento foi desencadeado pelo cirurgião plástico Marcelo Ono, do Paraná, e se estendeu para os demais estados.

Os profissionais, em sua maioria, querem mudanças na resolução que regulamenta a publicidade médica. “Ela está desatualizada para os dias atuais”, dizem

Os cirurgiões plásticos reivindicam do Conselho Federal de Medicina (CFM) o direito de postar em suas redes sociais o antes e depois dos procedimentos cirúrgicos estéticos, desde que essa divulgação seja previamente autorizada pelo paciente. O movimento foi desencadeado pelo cirurgião plástico Marcelo Ono, do Paraná, e se estendeu para os demais estados.

O CFM considera essa prática autopromoção e vai de encontro às diretrizes do Código de Ética Médica. Porém, diante da pressão dos profissionais, que vem aumentando a cada dia, a entidade, segundo a Assessoria de Comunicação informou a Emilia Araújo (@emiliajornalista), está revendo à normativa que regulamenta a profissão no que tange a área de publicidade médica, mas sem data para concluir essa análise.

A última atualização do Código ocorreu em 2018, após três anos de longas discussões. Inclusive um dos pontos revisados foi o capítulo referente à publicidade médica, que impôs limite na utilização profissional das redes sociais. É justamente essas restrições que vem desagradado os profissionais médicos.

Ético ou atrasado?

“Iniciei a campanha junto com um grupo de amigos médicos, pois acreditamos que, atualmente, esta proibição atrapalha mais do que ajuda os pacientes”, afirmou Marcelo Ono em entrevista à jornalista Emília Araújo. “A Resolução é desatualizada para os dias atuais”, acrescenta.

Marcelo Ono declara que é estranho o fato de o Brasil ser o único país do mundo com esta proibição. “Somos tão éticos assim? Ou simplesmente atrasados?”, indaga.

Ele afirma não ser justo punir os profissionais que atuam eticamente por conta de uma minoria que não respeita as normas. “A lei foi feita para proteger a classe e acaba favorecendo os picaretas”, pontua.

Fiscalização

Para o médico Tarcísio Guerra, de Joao Pessoa, a fiscalização é mais intensa em relação aos cirurgiões plásticos. “Isto porque os próprios colegas denunciam um ao outro quando algum deles faz publicação que fere o Código de Ética”, declara o especialista, que é a favor da liberação, “desde que essa divulgação seja feita de forma criteriosa, sem manipulação da imagem e priorizando os princípios éticos”.

Apesar da proibição,  alguns cirurgiões plásticos se arriscam e postam o antes e depois em seus stories do Instagram – a publicação fica visível ao público apenas 24 horas. A maioria dos médicos dermatologistas, de acordo com Tarcísio Guerra, também divulga o resultado dos procedimentos.

Concorrência

Guerra destaca ainda que por conta da rigidez do Código de Ética a categoria vem perdendo espaço para os odontólogos, biomédicos, fisioterapeutas e farmacêuticos (entre outros) que passaram a atuar com procedimentos estéticos e propagam os resultados nas redes sociais  sem que haja interferência dos seus conselhos de classe. “Dessa forma, nós, cirurgiões plásticos, somos os maiores prejudicados.”

“Picaretas”

Ele declara ainda que a maioria dos médicos  concorda com a liberação, porém tem aqueles que, mesmo sendo a favor, ficam temerosos  por conta dos profissionais “picaretas”, que podem manipular as imagens para enganar as pessoas e, ao agirem assim,  prejudicarão os que atuam corretamente.

E não tem punição? De acordo com cirurgião plástico paraibano, até tem, mas os processos instaurados se perduram por longo tempo e terminam não dando em nada.

 

 

Fonte: Emília Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba