O comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, afirmou nesta terça-feira (22) que a investigação sobre a origem do vazamento de óleo que atinge a costa do Nordeste está focada em cerca de 30 navios, provenientes de dez países, que passaram perto da costa brasileira.
O almirante diz, porém, que não descarta a possibilidade de um dos outros 970 navios identificados pela Marinha ter envolvimento com o caso.
Há, além disso, a possibilidade de ser um navio sem identificação, os “dark ships”. “Vamos continuar até onde for necessário. Se demorar 200 anos, vamos ficar 200 anos nisso até achar”, afirmou.
Babosa Júnior também afirmou que não há indícios de que o vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste tenha envolvimento do governo ou de indústria venezuelana.
“O que se sabe pelos cientistas é que o petróleo é de origem venezuelana, não quer dizer que houve em algum momento, e não houve isso, envolvimento de qualquer setor responsável tanto no público quanto no privado na Venezuela”, afirmou depois de encontro com o presidente interino Hamilton Mourão.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez acusações nesta segunda-feira (21) no Twitter. Ao discutir com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), afirmou: “Vc é que não tem vergonha. Mas deveria ter, e muita, pois o petróleo que está atingindo o Nordeste e o Brasil, é venezuelano, cujo governo ditatorial comunista vocês apoiam (sic).”
Barbosa disse que a não comunicação do derramamento de óleo em si já é um ato criminoso pelas normas internacionais de navegação e que o governo considera pouco provável que a causa esteja ligada a uma transferência de petróleo entre navios em alto mar, considerada muito arriscada.
“Todo incidente de navegação pelas regras internacionais é obrigação que os comandantes informem, o que não ocorreu”, afirmou.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou que o trabalho investigativo para descobrir de onde vazou o óleo investiga 30 navios de dez bandeiras diferentes.
Ele não mencionou os nomes dos países. O ministro comunicou que estão em análise as embarcações que passaram por algumas rotas entre os dias 25 de agosto e 3 de setembro.
Canuto explicou que o óleo fica submerso e por isso não é rastreável. “Dez bandeiras internacionais estão sendo levantadas. É um processo difícil porque envolve vários países. Não é possível observar [o óleo] por satélite. É algo inédito.
Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Folha de S.Paulo