investigações

Marinha conduzirá buscas por jornalista e indigenista desaparecidos

O Ministério Público Federal (MPF) informou, nesta segunda-feira (6/6), que instaurou um procedimento administrativo para apuração do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. O órgão diz ter sido comunicado do sumiço pela manhã.

O Ministério Público Federal (MPF) informou, nesta segunda-feira (6/6), que instaurou um procedimento administrativo para apuração do desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. O órgão diz ter sido comunicado do sumiço pela manhã.

Em nota, o MPF destaca que, além de ter aberto investigação sobre o caso, acionou a Polícia Federal, a Força Nacional e a Marinha do Brasil para que prestem auxílio na operação que busca localizar os desaparecidos.

Segundo os procuradores, a Marinha já confirmou que conduzirá as atividades de busca na região, por meio do Comando de Operações Navais. O Metrópoles procurou a força militar para comentar o assunto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Mais cedo, a Polícia Federal informou que já havia instaurado inquérito para apurar o sumiço.

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que se encontra próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.

Segundo informações iniciais, o indigenista e o profissional de imprensa desapareceram quando faziam o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte.

O editor do jornal britânico The Guardian Jonathan Watts, do qual Phillips é colaborador, pediu que as buscas sejam rápidas.

“Apelando às autoridades brasileiras para que iniciem urgentemente a operação de busca”, publicou Jonathan Watts no Twitter.

Em nota, o jornal britânico manifestou preocupação com o desaparecimento, e afirmou que “busca urgentemente informações”.

“Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, frisa o texto.

Bruno Araújo era alvo constante de ameaças pelo trabalho que vinha fazendo com os indígenas contra invasores. Ele atua na Fundação Nacional do Índio (Funai) desde 2010, mas está licenciado.

O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e o Exército já foram acionados para realizar as buscas. O Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato também demonstrou preocupação com o caso.

A Funai informou que está acompanhando o caso e mantém contato com as forças de segurança que atuam na região para colaborar nas buscas.

Indigenista renomado

Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. No órgão desde 201, ele foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Acabou exonerado da função em 2019, após combater mineração ilegal em Terras Indígenas.

A retirado do servidor do cargo ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.

O indigenista está licenciado da Funai, e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Jornalista prepara livro
Dom Phillips é um jornalista colaborar do jornal britânico The Gardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.

Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Além do The Guardian, Phillips já publicou trabalhos no Financial Times, no The New York Times, no The Washington Post e em agências internacionais de notícias.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba