Produzido pelo Selo Sesc em homenagem ao centenário de Clarice Lispector, comemorado em dezembro de 2020, o projeto “Clarice Clarão”, produção que integra uma série de ações e programas do Sesc São Paulo de valorização da cultura brasileira e divulgação de novos artistas nacionais, conta com as vozes de Beatriz Azevedo e Moreno Veloso, que assinam a produção musical com composições próprias e de outros artistas. Em formato digital, a obra traz participação especial de Maria Bethânia no single “Água Viva”, que estreia dia 06 de maio nas principais plataformas de streaming e também gratuitamente no Sesc Digital.
No disco, Beatriz e Moreno reúnem música, teatro e poesia para construir uma narrativa em contato profundo com a obra da escritora Clarice Lispector. Um tipo de inspiração que se fez presente também na obra de Caetano Veloso e Bethânia, quando em contato com Clarice. Em “Água Viva”, Bethânia lê trecho do romance homônimo de Clarice. Uma obra primorosa que dá conta dessa característica sempre presente na autora homenageada: a fusão entre delicadeza e contundência.
Por ocasião da participação de Maria Bethânia no projeto de Beatriz Azevedo e Moreno Veloso, Caetano Veloso escreveu: “Chamam Bethânia para dizer um trecho de pausa, de dissipação das trevas, de nascimento, como se sua voz fosse inevitável depois da expressão “grande demais”.”
Sobre a escritora que marcou a história da literatura brasileira, Bethânia lembra do privilégio de ter Clarice na plateia de “Rosa dos Ventos”, espetáculo em que atuava em 1971, sob direção de Fauzi Arap. Ao final da peça, a escritora teria dito “Faíscas no palco!”, elogio enormemente bem-vindo a uma admiradora e intérprete dos escritos clariceanos.
Clarice Clarão
O projeto Clarice Clarão surgiu de um convite da Princeton University para celebrar os 100 anos da escritora Clarice Lispector em 2020. À época, Beatriz Azevedo criou o espetáculo Now Clarice, interpretando, ao lado de Moreno Veloso, canções originais e trechos da obra de Lispector. Filmado ao vivo em novembro daquele ano, o musical conta com as participações dos músicos Jaques Morelenbaum e Marcelo Costa e estreou em dezembro no SescTV. As pinturas e desenhos que compõem o projeto visual do álbum e as capas dos singles são assinados pela artista plástica e filósofa Marcia Tiburi.
O primeiro single, que leva o nome do projeto (Clarice Clarão) e foi ao ar em dezembro de 2021, no dia em que se celebrava os 101 anos de nascimento da escritora, está disponível para audição nas principais plataformas de streaming e no Sesc Digital. Na época do lançamento, Beatriz contou que escreveu a composição “sozinha, mas de mãos dadas com Clarice, com seus livros espalhados por toda a casa, num momento de mergulho total em sua obra. Clarice é um estado de ser, um portal, uma vastidão”.
Durante o carnaval de 2022, Beatriz e Moreno apresentaram “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”, single composto por Caetano e Moreno em homenagem ao bloco de carnaval Ilê Aiyê, criado em 1974 no bairro do Curuzu, em Salvador – BA.
Que a obra universal de Clarice Lispector continue conversando com as próximas gerações, inspirando criações espantosas e extraordinárias!
Ficha-técnica
“Água Viva”
Autor: Clarice Lispector
Voz: Maria Bethânia
Pinturas criadas para o projeto: Márcia Tiburi
Arte da capa: Nilton Bergamini
Gravado por Gustavo Krebs e Jerônimo Orselli no estúdio Biscoito Fino
Mixado por Jerônimo Orselli
Masterizado por Florencia Saravia
Assistência de produção: Laura Francis
Produção executiva: Acrobeat Produções
Produção musical: Beatriz Azevedo e Moreno Veloso
Direção artística: Beatriz Azevedo
Beatriz Azevedo é poeta, compositora, multiartista brasileira. Visiting Scholar na New York University de 2022 a 2023, Doutora em Artes da Cena pela UNICAMP e Mestre em Literatura Comparada pela USP. Pesquisadora de Pós-Doutorado Unicamp / Fapesp. Estudou música no Mannes College of Music em Nova York e dramaturgia na Sala Beckett em Barcelona. Gravou os discos A.G.O.R.A, AntroPOPhagia ao vivo em Nova York, Alegria, lançados pela Biscoito Fino no Brasil e pela Discmedi na Europa; e Bum bum do poeta, pela gravadora Natasha Records no Brasil e pela Nippon Crown no Japão. Suas composições foram cantadas por Adriana Calcanhotto, Matheus Nachtergaele, Moreno Veloso, Tom Zé, Zelia Duncan e Zé Celso Martinez Correa, entre outros. Criou parcerias com Augusto de Campos, Cristovão Bastos, Hilda Hilst, Moreno Veloso, Oswald de Andrade, Raul Bopp, Vinicius Cantuária e Zélia Duncan. Escreveu os livros Abracadabra (selo Demônio Negro), Antropofagia Palimpsesto Selvagem (Cosac Naify), Idade da Pedra (Iluminuras), entre outros. Beatriz Azevedo apresentou-se no Lincoln Center e no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, além de participar de diversos festivais internacionais: Womex (Espanha), Nublu Jazz Festival (Nova York), Celebrate Brazil at Lincoln Center (Nova York), CMJ Music Marathon & Film Festival (Nova York), Femmes du Monde (Paris), Mirada Festival Ibero-Americano (Brasil), Popkomm Festival (Berlim), Dunya Festival (Rotterdam), Copa da Cultura (Berlim), Art Anthropophagie Aujourd’hui (Paris), Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), Verizon Music Festival (Nova York), entre outros. https://www.beatrizazevedo.
Moreno Veloso é cantor, compositor e produtor musical. Estudou física na faculdade, mas atua como músico no Brasil e no exterior. Primeiro filho de Caetano Veloso e da atriz Dedé Gadelha Veloso. Desde criança, Moreno começou a compor canções em parceria com o pai; “Um canto de afoxé para o bloco do Ilê”, foi registrada por Caetano no LP “Cores, nomes” em 1982. Em 1997, outra composição de Moreno, “How beautiful could a being be” foi registrada por Caetano no LP “Livro”. Sua música “Sertão”, também em parceria com o pai, foi gravada por Gal Costa. Em 2000 gravou seu primeiro álbum Máquina de Escrever Música, ao lado de Domenico Lancelotti e Kassin, pelo selo Rock it!. Em 2011 atuou como produtor no álbum “Recanto”, de Gal Costa, sua madrinha. Em 2014 lançou o álbum Coisa Boa, seu primeiro disco solo de estúdio, que teve início enquanto ainda estava vivendo na Bahia. A presença da terra natal é evidente em muitas composições de Moreno. Foi convidado novamente por Gal Costa para a produção de seu disco, “Estratosférica” em 2015. Participou do show antroPOPhagia de Beatriz Azevedo em 2016, em apresentações no Oi Futuro no Rio de Janeiro, no Sesc Palladium em Belo Horizonte, e na Caixa Cultural em Brasília. No final de 2018, depois das eleições presidenciais no Brasil, compôs junto com Beatriz Azevedo a canção “Canto”, que está no disco A.G.O.R.A., lançado pela Biscoito Fino em 2019. Ao lado de seu pai e seus irmãos Zeca e Tom Veloso realizou nos últimos anos o espetáculo “Caetano Moreno Zeca Tom Veloso”. Está nos projetos Agora Clarice e Clarice Clarão, ao lado de Beatriz Azevedo. http://www.morenoveloso.com.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba