Ele ainda acredita que, para a consolidação deste modelo, deve acontecer uma mudança de comportamento dos clientes, mas primeiro dos assessores.
“Os bons assessores vão sair na frente e vão virar a chave e migrar juntos para o modelo fee based [baseado em uma taxa, em tradução livre]. Os ruins vão pagar essa conta”, conclui.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, o marco representa importantes desafios do ponto de vista analítico e operacional.
“Considerando o possível crescimento do número de fundos e de emissões de cotas, ao longo dos próximos meses, enxergamos um importante desafio na forma de apresentação de análises de risco e metodologias, que é a utilização de uma linguagem ainda mais clara e objetiva para facilitar o entendimento e reduzir possíveis ruídos gerados pela natural assimetria de informações para um público, eventualmente, menos qualificado em termos de conhecimento sobre o produto”, afirma.
Alex destaca que a diversificação de opções de investimentos no mercado de capitais brasileiro, promovida pela resolução, deve alterar a configuração das fontes de financiamentos para as operações de crédito.
“Além disso, no médio prazo, isso pode acelerar o esvaziamento do funding para algumas modalidades, como os recursos da poupança para o financiamento imobiliário e, dessa forma, estimular os tomadores de recursos a buscar outras alternativas de captação e até mesmo desenvolver novos instrumentos”, conclui.
Já Tatiana Guedes, head de Produtos da InvestSmart XP, afirma que ainda é cedo para avaliar as consequências exatas da resolução para o investidor e para os mercados.
“De fato, a proposta traz melhorias significativas, o que contribui para o amadurecimento do mercado financeiro brasileiro e possibilita que investidores tenham mais interesse em alocar seus recursos em fundos de investimentos”, diz.