Com receio de perder o cargo de ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ajustou o discurso e, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, criticou as decisões dos Estados do País quanto à adoção de quarentena para evitar a propagação do novo coronavírus.
“Temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom”, disse Mandetta, durante a divulgação do número de 57 mortos e 2.433 casos confirmados da covid-19 no País. “A última quarentena foi em 1917. É normal, faz parte dessa situação, nós errarmos, calibrarmos e fazermos projeções um pouco fora e questionáveis por A, B ou C. A quarentena é um remédio extremamente amargo e duro.”
Mandetta, que muitos achavam que até poderia deixar o cargo por causa da pressão de Bolsonaro pelo retorno das pessoas às ruas, procurou dizer que sua preocupação é com a saúde e a vida das pessoas e que as quarentenas impostas pelos Estados têm prejudicado, inclusive, o trabalho médico.
Segundo o ministro, uma “quarentena sem prazo para terminar vira uma parede na frente da vida das pessoas” e as decisões têm que envolver outros assuntos do governo e da própria área de saúde. “A saúde não é uma ilha, não vamos tratar isoladamente, não existe só coronavírus. Eu tenho recebido médico que está fechando consultório de pediatria, clínicas de ultrassonografia. A vida continua. Outras doenças acontecem, as pessoas têm necessidades. As coisas continuam. Os arquitetos têm de trabalhar, as pessoas…”
Já o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira (25) que a orientação do governo para combater a pandemia da covid-19 continua sendo isolamento e distanciamento entre as pessoas. “A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é o isolamento e o distanciamento social”, disse Mourão, que ponderou que a orientação para isolamento está sendo discutida.
A declaração de Mourão vai na contramão do que defendeu Mandetta nesta quarta-feira e da declaração presidente Jair Bolsonaro, que, na véspera, em pronunciamento em rede nacional de TV, quando pediu o fim do confinamento em massa e a reabertura de comércios e escolas.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba