Crise

Mais de 30 veículos de imprensa foram fechados no Brasil, em 2018

Um levantamento constatou que em 2018 3 jornais foram fechados: Diário de São Paulo, A Cidade e Gazeta de Alagoas. Além disso, 28 revistas foram encerradas, principalmente pelo caso do Grupo Abril, que pediu recuperação judicial neste ano.

Mais de 30 veículos de imprensa foram fechados no Brasil, em 2018

O ano de 2018 não foi muito positivo para os veículos de comunicação no Brasil. Com receitas caindo, muitas empresas se viram obrigadas a alterar seu funcionamento –ou pondo fim na circulação impressa, ou, literalmente, fechando os jornais. Um levantamento feito pelo Poder360, com auxílio do VoltLab e Meio&Mensagem, constatou que em 2018 3 jornais foram fechados: Diário de São Paulo, A Cidade e Gazeta de Alagoas. Além disso, 28 revistas foram encerradas, principalmente pelo caso do Grupo Abril, que pediu recuperação judicial neste ano.

Segundo o site “A Conta dos Passaralhos”, do VoltLab, até agosto, 290 jornalistas haviam sido demitidos em 2018. Nos últimos 6 anos, 7.817 demissões afetaram profissionais da área de mídia. 45% foram funcionários de jornais impressos e 22% de revistas. 9,1% eram do meio online. A justificativa da busca de 1 melhor equilíbrio nas finanças das empresas de mídia tem sido quase unânime nessa onda de fechamento dos impressos.

O ano de 2018 começou negativo para os veículos brasileiros de comunicação. O lendário Diário de S. Paulo teve falência decretada pela Justiça em 22 de janeiro. O dia seguinte marcou a última vez em que a publicação foi vendida nas bancas, assim como a alimentação de sua versão online. Mais de 70 funcionários foram prejudicados, incluindo diversos jornalistas.

A versão brasileira da revista Rolling Stone parou de circular a versão impressa em maio de 2018. A editora Spring, responsável pelo título no Brasil, creditou o fechamento pela situação econômica da empresa. A circulação da revista foi interrompida em fevereiro, quando registrou queda de 5,5% nos últimos 12 meses em atividade, com 9.560 exemplares. Estava nas bancas desde 2006.

A Editora Escala, então proprietária de marcas como Tititi, Minha Novela e TV Brasil, encerrou a produção de 15 títulos em agosto deste ano. Algumas revistas se fundiram, mas outras foram realmente descontinuadas. Em comunicado, a editora afirma que o jornalismo impresso passa pelo “momento mais crítico, devido à desestruturação logística e financeira do atual processo de distribuição”.

O jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP), deixou de circular a versão impressa em outubro deste ano. Existia há 114 anos, sendo 1 dos veículos mais antigos da cidade do interior de SP. Agora focará sua produção para o meio online. Atua em Campinas, São Carlos e Araraquara, todas regiões de São Paulo. Pertencente à EPTV, afiliada da Globo, demitiu uma grande porcentagem de seu pessoal à época.

O jornal Gazeta de Alagoas, 84 anos, divulgou no início de novembro o fim da circulação diária de sua versão impressa. Com a decisão, a publicação será difundida semanalmente e a produção será focada para o meio online. Principal diário do Estado de Alagoas.

A Fundação Cásper Líbero decidiu, em novembro deste ano, cancelar os quadros de notícia da TV Gazeta e, com isso, demitiu mais de 70 funcionários da área do jornalismo. Em nota, a empresa explicou que a decisão fora tomada com o intuito de “equalizar as despesas à realidade das receitas do momento”. Apenas o programa de notícias das 19h foi mantido. Todos os demais, como a edição das 10, foram tirados da programação.

O final de 2018 foi decisivo para o maior investimento nos meios digitais. Em dezembro, a editora Caras divulgou o fim da impressão da revista Contigo, justificando que irá concentrar esforços na plataforma online da empresa. Só este ano, a empresa abriu mão de 6 nomes: encerrou a versão impressa da Contigo, em dezembro; encerrou as atividades da Recreio, em setembro e outras 4 revistas foram vendidas à Editora Escala.

GRUPO ABRIL
Um dos maiores conglomerados de comunicação do Brasil, o grupo Abril pediu recuperação judicial em 15 de agosto deste ano. O futuro, até então incerto da empresa, foi decidido em 20 de dezembro, sendo 100% vendida ao empresário Fábio Carvalho pelo valor simbólico de R$ 100 mil. À época da maior crise enfrentada pela Abril, 12 revistas da marca foram fechadas –como Guia do Estudante, Boa Forma, Elle, Casa Claudia e Cosmopolitan. A dívida chega a R$ 1,6 bilhão.

Mais de 800 funcionários foram demitidos –171 deles, jornalistas. Vários outros problemas vieram acompanhados do processo de recuperação judicial –como o não pagamento de indenizações, o que fez com que alguns funcionários entrassem na justiça para exigir os direitos. Agora, as revistas que ainda constam no portfólio do grupo Abril são: Veja, Super Interessante, Cláudia, Quatro Rodas, Exame, Saúde, Placar, Você RH e Você S/A.

Fonte: Poder 360
Créditos: Poder 360