"Cenário difícil"

Maia vê cenário difícil para PEC paralela da Previdência na Câmara

Maia vê cenário difícil para PEC paralela da Previdência na Câmara

Maia vê cenário difícil para PEC paralela da Previdência na Câmara

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prevê um cenário difícil para o projeto com mudanças à reforma da Previdência, chamado de PEC (proposta de emenda à Constituição) paralela.

Aprovado pelo Senado nesta terça (19), o texto reúne alterações nas regras de aposentadorias e pensões que entraram em vigor na semana passada. O principal objetivo é permitir que a reforma seja estendida a servidores estaduais e municipais.

A Câmara, no primeiro semestre, já rejeitou essa ideia diante da campanha, especialmente de governadores e prefeitos do Nordeste, contra a reforma da Previdência.

Um dos principais fiadores da reestruturação das regras de aposentadorias e pensões, Maia acredita que o clima entre os deputados somente poderia mudar se houvesse um amplo apoio à PEC paralela no Senado. “Os senadores dos partidos ligados aos governadores do Nordeste não votaram [pela proposta]”, disse Maia.

Líderes do centrão – grupo de partidos independentes ao governo e que, juntos, representam a maioria da Câmara – dizem, nos bastidores, que a resistência à proposta ainda é muito grande.

Maia também criticou a decisão do Senado que, nesta terça, incluiu na PEC paralela um afrouxamento na fórmula de cálculo do valor da aposentadoria.

A reforma, que passou a valer na semana passada, determina que será considerado todo o histórico de contribuições do trabalhador efetuadas desde julho de 1994. Antes, a fórmula era mais vantajosa, pois considerava só as 80% maiores contribuições desse período. Ou seja, eram descartados os menores salários.

O Senado quer que a aposentadoria seja calculada novamente sobre as 80% maiores contribuições, desconsiderando os salários menores. Gradualmente o percentual subiria e atingiria 100% das contribuições a partir de janeiro de 2025. “Assuntos como Previdência não devem ser modificados com tanta agilidade”, afirmou Maia. Para ele, isso pode gerar insegurança aos trabalhadores.

A equipe econômica defendia que a regra atual – em vigor desde semana passada – não fosse alterada. Caberá aos deputados a decisão sobre o assunto, pois o afrouxamento precisa do aval das duas Casas. Técnicos do governo têm dúvidas se o Congresso irá aprovar a PEC paralela. Apesar de defender a entrada de estados e municípios na reforma, uma ala do time de Guedes acredita que os deputados vão engavetar a PEC paralela.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que, apesar das mudanças aprovadas nesta terça, a proposta tem o interesse do Palácio do Planalto, pois ajuda estados e municípios a ajustarem as contas. Ele nega que faltou empenho da Casa. “O Senado, de forma expressiva, votou pela inclusão de estados e municípios”, disse Bezerra Coelho.

Fonte: Noticias ao minuto
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