O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou, nesta sexta-feira (1º/9), o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) do país, após avanço de 0,9% no segundo trimestre. O mandatário, porém, cobrou “economistas” e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para que o crescimento da economia também promova a distribuição de renda.
“Eu espero que alguns economistas brasileiros e o presidente do Banco Central estejam ouvindo. Eles precisam compreender que o dinheiro que existe neste país precisa circular na mão de muita gente”, declarou o petista em evento em Fortaleza (CE), nesta manhã.
Ele seguiu: “Não queremos concentração de riqueza. Queremos que mais pessoas tenham acesso ao crédito para fazer a roda da economia girar. A economia crescendo precisa ser distribuída”.
Lula defendeu ainda que não basta que o brasileiro fique “assistindo na TV que o PIB cresceu, mas não foi distribuído”.
O mandatário está na capital cearense para participar de eventos em comemoração aos resultados dos programas de microcrédito do Banco do Nordeste (BNB). As solenidades ocorreram na sede da instituição e foram conduzidas pelo presidente do banco, Paulo Câmara.
Lula também citou a taxa de juros, duramente atacada pelo governo federal desde o início do mandato. No início de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu reduzir os juros básicos para 13,25% ao ano.
“Não pense que eu acho que o juro tá baixo, o juro ainda está alto. Porque 2,16% no mês é muita coisa, dá quase 30% ao ano. Eu acho que tem que baixar ainda. Obviamente que nós não queremos quebrar o banco, porque, se quebrar, além de ficar devendo, nós não temos o banco para emprestar”, prosseguiu.
Críticas a Campos Neto
O presidente Lula voltou a tecer críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Durante o discurso, o petista reiterou que o chefe da autoridade monetária foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não dialoga com o atual titular do Planalto.
“É importante vocês saberem: o presidente do BC não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior”.
Segundo Lula, em função da autonomia do BC – desvinculado do Ministério da Economia em 2021 –, a comunicação com a Presidência foi interrompida.
“O Banco Central agora é autônomo, não tem mais interferência da Presidência da República, que podia chamar o presidente do BC e conversar. Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem indicou, e quem o indicou não fez coisas boas neste país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo”, seguiu.
O chefe do Executivo federal tinha diminuído as críticas ao titular da autoridade monetária desde o início de agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu reduzir a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano.
Avanço do PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil voltou a surpreender positivamente e fechou o segundo trimestre de 2023, registrando um crescimento de 0,9%, na comparação com o trimestre anterior.
Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (1º/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB do país subiu 3,4%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, a alta foi de 3,2%. No semestre, o crescimento acumulado foi de 3,7%.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba