A Polícia Federal (PF) cumpre 23 mandados de busca e apreensão na 67ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (23). Um dos alvos de pagar propina na Petrobras é a empresa Techint, segundo o G1 apurou. A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 1,7 bilhão dos investigados.
O G1 tenta contato com o Grupo Techint e com a Petrobras.
A suspeita da PF é de que o pagamento total de propina por parte da empresa foi de R$ 60 milhões, equivalente a 2% no valor de cada contrato.
O Ministério Público Federal (MPF) informou que são investigados, por corrupção, ex-funcionários da Petrobras que se beneficiaram com a propina. Já os intermediários da Techint e de duas empresas de consultoria são investigados por lavagem de dinheiro.
Ao todo, a PF cumpre as 23 ordens judiciais em três estados. Não há mandados de prisão.
Rio de Janeiro – 14 buscas
São Paulo – 8 buscas
Paraná – 1 busca
Cerca de 100 policiais federais participam da ação. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
‘Tango & Cash’
Esta nova etapa da Lava Jato foi batizada de “Tango & Cash”. De acordo com a PF, o nome remete aos valores de pagamento de propina à dupla nacionalidade do grupo investigado, que é ítalo-argentino.
O cartel, chamado de “O Grupo”, chegou a ser formado por 16 empresas. “O Grupo” passou a aceitar que outras empreiteiras participassem do cartel em 2006. Até então, nove empresas faziam parte.
A multinacional onde são cumpridas as buscas integrava o cartel desde o início, conforme a PF.
Pagamento de propinas
Para que o pagamento de propinas tivesse uma aparência de licitude, eram usadas offshores para repassar os valores a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras.
Um dos ex-diretores da Petrobras, segundo a PF, recebeu US$ 9,4 milhões entre 2008 e 2013.
De acordo com a PF, ele continuou recebendo parcelas de propina mesmo depois de ter saído da estatal, em 2012. O nome desse ex-diretor ainda não foi informado.
As provas
As provas que levaram à deflagração da 67ª fase da Lava Jato foram obtidas a partir de depoimentos de colaboradores, do pedido de assistência jurídica da Itália e da transferência de investigação originária na Suíça, que se somou ao que foi apurado no Brasil.
O MPF explicou que atendeu ao pedido de assistência jurídica da Itália, sob a autorização da Justiça para o compartilhamento de provas com as autoridades italianas.
Materiais apreendidos em outras etapas da Lava Jato, dados alcançados por meio da quebra de sigilos bancários, fiscais, telefônicos e de e-mails e elementos do sistema de tráfego internacional também estão entre as provas, conforme o MPF.
Confira as cidades onde são cumpridas as buscas:
Rio de Janeiro (RJ)
Petrópolis (RJ)
Niterói (RJ)
Angra dos Reis (RJ)
São Paulo (SP)
Campinas (SP)
Barueri (SP)
Matinhos (PR)
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba