A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o juiz federal Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 163 milhões da construtura Queiroz Galvão. O MPF alega que a empresa participou do esquema criminoso de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro em contratos com a Petrobras. É a primeira vez que uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato tem ativos confiscados pela Justiça.
As estimativas dos investigadores é de que construtora tenha celebrado, diretamente ou através de consórcios, mais de R$ 9 bilhões em contratos com a estatal entre 2006 e 2014. Ao analisar o pedido, Moro justificou a decisão afirmando que já há indícios do envolvimento da construtora com empresa ligadas ao doleiro Alberto Youssef.
Durante as investigações, notas fiscais emitidas pela MO Consultoria para o Consórcio Ipojuca Interligações, integrado pela IESA e pela Queiroz Galvão, foram apreendidas no escritório de Youssef. Também foram apreendidas outros comprovantes de pagamento feitos pela Empreiteira Rigidez com o consórcio. A MO e a Rigidez eram usadas pelo doleiro para lavar dinheiro utilizado no pagamento de propina.
O magistrado também citou um contrato de consultoria assinado entre a Queiroz Galvão e a empresa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Os valores bloqueados são relativos a precatórios que a empresa tem a receber do governo de Alagoas. Em nota, a Queiroz Galvão confirmou a existência dos títulos, mas informou que não foi comunicada oficialmente sobre a decisão de Moro. A empresa afirma que “sempre pautou suas atividades pela ética e pelo estrito cumprimento da legislação”.
O Globo