As testemunhas da Operação Remição, deflagrada no final de janeiro deste ano e que descobriu um esquema de redução de penas, começaram a ser ouvidas ontem. Durante quase seis horas de audiência, a juíza Rosimeire Ventura Leite só ouviu uma testemunha de acusação e o agente penitenciário Gilberto Charles. A primeira audiência, do caso que envolve a ex-diretora do Presídio Feminino de Campina Grande, Silnara Araújo Galdino, a ex diretora-adjunta Aline Cristine Cardoso da Silva e mais seis apenadas do regime semi aberto foi para instrução. Ao todo, oito testemunhas de acusação, 15 de defesa e as oito rés serão ouvidas. As audiências do caso continuam hoje na 2ª Vara Criminal do Fórum Afonso Campos.
De acordo com o promotor provisório do caso, Márcio Teixeira de Albuquerque, o Ministério Público acredita que as rés deverão ser condenadas. “Peguei o caso pela primeira vez para esta audiência de instrução. Ainda não está definido quem será o promotor desse caso. Em minha opinião, a testemunha que foi ouvida é a principal de acusação. Ele colaborou muito e contou como todo o esquema acontecia. A pessoa trabalhava muito próxima à direção do presídio, e tinha muita informação a ser dada, confirmou tudo aquilo que já se tinha conhecimento, inclusive as regalias concedidas a algumas presas em detrimento de outras. Minha expectativa é de condenação e de que ao final seja provado que aquilo realmente aconteceu. São diversas testemunhas, e não há prazo ainda para finalizar”, explicou o promotor.
A Operação Remição prendeu, no dia 22 de janeiro, nove pessoas acusadas de formar uma quadrilha para favorecer presas do regime semiaberto com a redução de penas feita de forma ilegal. No inquérito, concluído em fevereiro, a Polícia Civil concluiu que a diretora e a adjunta eram favorecidas com regalias oferecidas pela detenta Carmem Moura de Barros Spá.
Correio da Paraíba