Jornalistas mulheres de diversos veículos organizaram um manifesto em apoio à colega de profissão Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, que, desde a terça-feira 11, é vítima de ataques nas redes sociais, após declarações de Hans River na CPMI das Fake News, no Congresso. O ex-funcionário da Yacows, empresa de disparos em massa por WhatsApp, acusa a jornalista de ter se insinuado a ele sexualmente para obter informações sobre a instituição que ele trabalhou durante a campanha eleitoral de 2018.
Patrícia Campos Mello é vítima de ataques após declarações falsas durante CPMI das Fake News
Jornalistas mulheres de diversos veículos organizaram um manifesto em apoio à colega de profissão Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, que, desde a terça-feira 11, é vítima de ataques nas redes sociais, após declarações de Hans River na CPMI das Fake News, no Congresso. O ex-funcionário da Yacows, empresa de disparos em massa por WhatsApp, acusa a jornalista de ter se insinuado a ele sexualmente para obter informações sobre a instituição que ele trabalhou durante a campanha eleitoral de 2018.
O texto reforça que “sem apresentar qualquer prova ou mesmo evidência, o depoente acusou a repórter, uma das mais sérias e premiadas do Brasil, de se valer de tentativas de seduzi-lo para obter informações e forjar publicações”. “É inaceitável que essas mentiras ganhem espaço em uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tem justamente como escopo investigar o uso das redes sociais e dos serviços de mensagens como Whatsapp para disseminar fake news”, completa o manifesto.
A jornalista publicou uma reportagem em dezembro de 2018, juntamente com o repórter Artur Rodrigues, sobre o disparo de mensagens em massa via Whatsapp, no período eleitoral, a partir do uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos registrados em chips de celulares. A apuração tomou como base documentos e relatos obtidos junto a Hans River, ex-funcionário da Yacows, empresa especializada em marketing digital e supostamente envolvida no esquema.
Segundo a reportagem, o entrevistado mudou de ideia sobre as declarações que fez à jornalista depois de ter fechado acordo com a ex-empregadora. A jornalista apresentou trechos de conversas com Hans River, bem como áudio dele explicando o esquema de envio de mensagens, que destoam das versões apresentadas por ele na CPMI das Fake News.
Hans foi convocado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) a prestar depoimento na comissão parlamentar mista de inquérito do Congresso, formada por deputados e senadores, que investiga a disseminação de notícias falsas na eleição
Após as declarações de Hans, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, também difundiu ofensas contra a repórter em suas redes sociais, além de insinuar sobre a sua conduta. “Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, é o que a Dilma Rousseff falava: fazer o diabo pelo poder”, publicou.
O Código Penal estipula que fazer afirmação falsa como testemunha em processo judicial ou inquérito é crime, com pena prevista de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Na condição de testemunha, Hans se comprometeu em falar a verdade à comissão. O regimento do Senado diz que a inquirição de testemunhas em CPIs segue o estabelecido na legislação processual penal.
Fonte: Carta capital
Créditos: Carta capital