O procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou denúncia na tarde desta sexta-feira (8) ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra lideranças do PMDB no Senado por organização criminosa e recebimento de vantagens indevidas.
Foram denunciados os senadores Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO), Sérgio Machado (CE) e o ex-senador e ex-presidente José Sarney (MA).
O grupo é acusado de receber R$ 864 milhões em propina e provocar um rombo de R$ 5,5 bilhões aos cofres da Petrobras e de R$ 113 milhões aos da Transpetro. Esta é a 34ª denúncia oferecida pela PGR no âmbito da Operação Lava Jato no STF.
Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), a organização criminosa foi formada em 2002, por ocasião da eleição de Lula à Presidência.
A investigação aponta que, em 2003, Lula teria buscado compor sua base com políticos mais robustos e, por isso, escolheu PMDB e do PP, com quem negociou — na época, tratava-se da segunda e da quinta maiores bancadas da Câmara dos Deputados.
— Em comum, os integrantes do PT, do PMDB e do PP queriam arrecadar recursos ilícitos para financiar seus projetos próprios. Assim, decidiram se juntar e dividir os cargos públicos mais relevantes, de forma que todos pudessem de alguma maneira ter asseguradas fontes de vantagens indevidas.
As investigações por organização criminosa, que tiveram início em 2015, na primeira leva de inquéritos da Lava Jato encaminhada ao STF, têm sido transformadas em denúncias na reta final de Janot. O procurador-geral da República quer concluir as acusações contra parlamentares dos três principais partidos que teriam atuado na Petrobras – PP, PT e PMDB – antes de deixar o cargo.
Janot já encaminhou as denúncias com relação ao PP e ao PT e, agora, sua equipe conclui as peças sobre o PMDB do Senado e da Câmara.
O procurador-geral chegou a pedir ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a inclusão do presidente Michel Temer na investigação relacionada ao chamado “quadrilhão” do PMDB da Câmara. Fachin não incluiu o nome do presidente, mas disse que o procurador poderia seguir nas investigações relacionadas à JBS.
Apesar de o pedido não ter sido atendido, a PGR apura a suposta atuação do presidente no que considera uma organização criminosa formada por políticos e operadores para praticar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O presidente nega as acusações.
Fonte: R7