Investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) por envolvimento em um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), doou para o dono de um clube de tiro a empresa em que era sócio e que faturou R$ 4,5 milhões em contratos de propaganda com a mídia.
Renan Bolsonaro foi sócio da empresa de mídia RB Eventos e Mídia Eirelli, alvo da investigação. A empresa tem capital social de apenas de R$ 105 mil, mas teve o faturamento milionário em contratos com a mídia entre julho de 2021 e julho de 2022, quando Bolsonaro era presidente.
Em março de 2023, Jair Renan passou a administração da empresa para Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos em forma de “doação”, sem receber qualquer valor em troca.
Marcus Aurélio Rodrigues dos Santos é dono da 357 Cursos e Treinamentos Táticos – Armas, Munições e Acessórios, sediada em Brasília.
Renan e a mãe, Ana Cristina Valle, frequentaram o clube de tiro onde tiveram aulas com o ‘coach’ Maciel de Carvalho, principal alvo da investigação da PC-DF.
Empresário ligado a Renan, Carvalho era instrutor de tiro no clube e está envolvido em um suposto esquema de tráfico de armamentos.
Ele chegou a ser preso em janeiro deste ano em uma operação da Polícia Civil do DF, sob suspeita de cometer crimes de posse, porte e comércio ilegal de armas. No dia da prisão, a polícia apreendeu 15 pistolas, dois rifles e 200 projéteis de munição no endereço dele em Águas Claras.
Em nota à Veja em maio de 2023, o assessor jurídico da 357 Armas e Acessórios, o advogado Bernardo Clarkson, afirmou que “a empresa foi doada” por Jair Renan em regime de “urgência”.
“Não houve compra e venda. Houve transferência, uma vez que seria dado baixa. A empresa foi doada. Serão alteradas tanto a razão social, quanto a atividade econômica”, diz o texto, que ressalta que “os planos futuros para a empresa serão revelados em momento oportuno”.
Após a empresa passar a faturar cerca de R$ 300 mil, a empresa teria fechado “misteriosamente”, segundo reportagem do Metrópoles.
Empresário fake
Na investigação que envolve Jair Renan, a polícia descobriu uma organização criminosa que criou um empresário fake chamado Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cuja identidade foi usada para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de “laranja”.
A quadrilha forjava relações de faturamento e outros documentos das empresas usando dados de contadores que sequer sabiam da existência da empresa.
Os investigados são suspeitos dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.
Fonte: Polêmica Paraíba com Fórum
Créditos: Polêmica Paraíba