Parece ser apenas mais um jogo inofensivo entre tantos disponíveis, mas na verdade é ilegal no Brasil e está sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão. O Fortune Tiger, também conhecido como Jogo do Tigrinho, tem causado prejuízos financeiros aos usuários e até mesmo casos de suicídio. Acredita-se que o jogo esteja ligado a um esquema de pirâmide financeira.
Jair Paiva, delegado-geral da Polícia Civil, informou que, até o momento, a investigação sobre a possível ligação do jogo com pirâmide financeira ainda é uma hipótese.
“A Plataforma Tiger é um jogo proibido no Brasil. Temos informações de que várias pessoas tiveram prejuízo. As investigações seguem e, se for confirmada a existência de um esquema de pirâmide financeira, os envolvidos serão devidamente responsabilizados”, disse o delegado.
O Fortune Tiger é um game de cassino online semelhante ao caça níquel, que promete ganhos financeiros. A polícia disse, ainda, que o sistema do jogo é hospedado fora do país e não tem registro ou representantes no Brasil.
Conhecido como Jogo do Tigrinho, o game ganhou fama pela intensa campanha que incluiu influenciadores digitais e jogadores que compartilham supostas táticas nas redes sociais.
Porém, existe a suspeita de que os vídeos que mostram altos valores são feitos em contas utilizadas para testes do jogo, apenas para simular ganhos verdadeiros. O objetivo é atrair novos apostadores.
Prejuízos e desespero
Há casos de usuários que sofreram grandes prejuízos. A maquiadora Jhenifer Blume afirmou que foi enganada por um influenciador que promoveu o link do Jogo do Tigrinho sem esclarecer que ela poderia perder muito dinheiro.
“Minha última perda foi de um valor de R$ 400, fora outros valores menores. Quem divulgou essa plataforma foi o influenciador Júnior André. Assim que teve esse ocorrido, eu entrei em contato com a assessoria dele, que ajuda a divulgar os links, mas foi em vão, pois, segundo eles, não podiam fazer nada”, destacou ela, em entrevista ao G1.
O delegado Pedro Adão, que participa das investigações, ressaltou que já foram registrados casos de suicídio no Maranhão, depois que usuários perderam todo o dinheiro que tinham no jogo.
“Nós tivemos no Maranhão o registro de três suicídios decorrentes de pessoas que começaram a jogar esses joguinhos eletrônicos, perderam uma grande quantidade de dinheiro e acabaram por ceifar suas próprias vidas. Então, a gente começou a investigar esses digitais influencers com atuação no Instagram que divulgam constantemente esses jogos e incitam as pessoas a jogarem, que acabam perdendo seu dinheiro. São jogos que foram feitos para tirar o dinheiro das pessoas”, afirmou, em entrevista à TV Mirante.
Influenciadora na mira da polícia
A influenciadora digital Skarlete Mello foi alvo da Operação Quebrando a Banca, da Polícia Civil do Maranhão, realizada no dia 26 de setembro. Ela é suspeita de colaborar com o jogo e ganhar dinheiro divulgando apostas em suas redes sociais. Por isso, é investigada por jogos de azar, loteria não autorizada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Skarlete tem mais de 300 mil seguidores nas redes. Conforme a polícia, foi detectada uma movimentação patrimonial incompatível em relação a cinco investigados, incluindo Skarlete e sua mãe.
“Recebemos denúncia de pessoas sendo remuneradas para estimular os consumidores a acessar jogos online que oferecem serviços não autorizados. Daí, quando você convida alguém para participar, ajuda a impulsionar o engajamento em uma plataforma ilegal e, eventualmente, pode ter participação na ilegalidade. Um indicativo é que os influenciadores são pagos”, declarou o responsável pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Augusto Barros, que participou da operação no Maranhão.
Fonte: Polêmica Paraíba com informações de Fórum
Créditos: Polêmica Paraíba