PANDEMIA

Infecção por coronavírus acentua os fatores de coagulação e aumenta a incidência de trombose, afirma especialista

Os sintomas e consequências apresentados pelas pessoas que contraem o novo coronavírus (SARS-COV-2) têm se mostrado diversos. O processo de coagulação sanguínea tem sido um dos fatores geradores de complicações para quem está com Covid-19, ocasionando fenômenos trombóticos que, segundo o médico cirurgião vascular do Hapvida em João Pessoa, Luiz Gustavo de Oliveira Barros, trata-se da formação de um coágulo dentro de um vaso sanguíneo. “Caso ocorra dentro de uma veia são chamados de trombose venosa, que pode evoluir para embolia pulmonar. Caso ocorra dentro de uma artéria, chamamos de trombose arterial, que pode evoluir para gangrena e perda de membro”, diferencia.

O especialista afirma que estudos mais recentes estão demonstrando que a infecção por coronavírus exacerba os fatores de coagulação, aumentando a incidência da trombose. “Esses fenômenos estão associados às formas mais graves da doença onde pode ocorrer trombose na microcirculação afetando vários órgãos simultaneamente e desencadeando a CIVD (coagulação intravascular disseminada) que tem alta mortalidade e difícil tratamento”, esclarece Gustavo Barros.

O cirurgião vascular explica ainda que quando a trombose é venosa pode ocorrer a embolia pulmonar em que o trombo (coágulo) se descola da veia, ganha a circulação e obstrui os vasos dos pulmões, prejudicando bastante a respiração. Já quando a trombose é arterial ocorre uma falta de sangue para uma determinada região ou órgão gerando sofrimento dessa região.

“Caso acometa um membro inferior pode haver gangrena com necessidade de amputação. Quando a trombose é na microcirculação o prejuízo será no órgão acometido, por exemplo, com a trombose da microcirculação nos pulmões o suprimento de sangue para os alvéolos pulmonares é bastante prejudicado, dificultando as trocas gasosas essenciais à respiração. Quando essa trombose da microcirculação ocorre em vários órgãos pode ocorrer a CIVD”, pontua.

Gustavo Barros explica que existe um marcador, obtido em um exame de sangue, que indica as pessoas infectadas que têm maior risco de ter eventos trombóticos. “Esse exame é o D-dímero e quando ele está alto indica um maior risco de fenômenos trombóticos”, explica.

O cirurgião vascular acrescenta ainda que estudos têm demonstrado diminuição da mortalidade nos pacientes que recebem anticoagulantes quando hospitalizados em virtude de COVID. “Esses anticoagulantes impedem a formação de coágulos e com isso evitam as tromboses que pioram muito o quadro clínico do paciente com COVID”, conclui.

Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba