“Trocar alhos por bugalhos” ou “confundir alho e bugalho” é uma expressão popular comum no Brasil e em Portugal, usada para se referir ao ato de confundir ou trocar coisas que são completamente diferentes.
Quando se diz que alguém troca alhos por bugalhos significa que faz confusão em relação a algo, seja uma situação, fato ou entre coisas que não tem nada a ver uma com a outra (mesmo que sejam ligeiramente semelhantes).
A indústria de eventos comerciais nunca foi tão mal compreendida, assim mesmo, as entidades e associações representativas estão unidas. O esforço é único e vamos ganhar esta batalha.
Há anos, comparo os profissionais de eventos com médicos. O médico, por exemplo, antes de ser um oftalmologista ou cardiologista, é um médico.
O profissional de eventos por sua vez, antes de ser um cenógrafo ou um produtor de rodeio, é um profissional de eventos!
Se perguntar para um oftalmologista algo da expertise do cardiologista, ele saberá apenas o básico, e o mesmo acontece em nossa profissão.
O médico, com o passar dos anos e da linha de estudo, se especializa, e o mesmo acontece com o profissional de eventos
Peça para um profissional de feiras organizar um show, ou um especializado na organização de congressos organizar um rodeio. Como os médicos, sabemos o básico, mas cada macaco no seu galho!
Há anos explicamos e ensinamos que as diversas tipologias de eventos são a chave para o sucesso.
A pergunta que faço é: qual a dificuldade que os profissionais que estão analisando os protocolos têm em entender que feiras e eventos comerciais são uma coisa e shows, outra?
Realmente não consigo entender o porquê de não estarmos trabalhando, enquanto shoppings e supermercados estão abertos.
Veja, não estou sugerindo que estes dois exemplos de comércio deveriam estar fechados. Muito pelo contrário, minha pauta é por que um ambiente muito mais seguro, como uma feira comercial, não está?
Já foram a um supermercado nestes dias? Qual a diferença para um evento comercial?
Sim, concordo, existem diferenças…
Controle de acesso, saber quem está entrando e saindo (ficha completa), rigidez absoluta de todos os protocolos, estandes abertos, distanciamento social e profissionais treinados por anos para trabalhar com a segurança do público.
Agradeço se alguém conseguir explicar o porquê de confundirem um show com um congresso ou com uma feira comercial. Se não confundem um oftamologista com um cardiologista, por que confundem alhos com bugalhos?
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Estão matando um setor, uma das principais fontes de renda e impostos, com impacto em mais de 50 outros setores econômicos, pelo simples fato de não conseguirem diferenciar alhos de bugalhos!
Entidades representativas do setor, produziram e entregaram, aos que detém as canetas necessárias, todos os protocolos possíveis e imagináveis, chancelados pelo HC, incluindo explicações acadêmicas sobre tipologia de eventos.
Usando a mesma comparação, não procuramos os médicos ou profissionais de saúde quando estamos doentes? Então, por que os profissionais que estão à frente das decisões estratégicas e técnicas para liberação dos setores econômicos não leem, não perguntam, não nos atendem em nossas questões? O medo fala mais alto?
Somos nós, os profissionais de eventos, que detemos o conhecimento e que sabemos que feiras comerciais são uma coisa e shows, outra. Mesmo os shows, já existem no mundo formas seguras de serem realizados, preservando o distanciamento social.
Cada um com sua expertise e o seu momento certo.
Estão matando um setor econômico, gerador de divisas e responsável pela geração de empregos diretos e indiretos para, como já dito, mais de 50 setores econômicos.
Você, dono da caneta, espelhe-se em outros países que já estão em estágio mais avançado que o nosso. Veja: eles estão considerando a tipologia dos eventos, priorizando os eventos comerciais e os realizando com todo critério e segurança necessários. Você não vai errar, muito pelo contrário, será o “cara” que salvou o emprego de milhares de pessoas.
Além disso, existem milhares de empresas expositoras que necessitam das feiras para sua subsistência. O ecossistema de feiras persiste porque, desde a idade média, feiras são a fonte, a ferramenta de encontro entre a oferta e a procura:
A principal ferramenta de comércio mundial.
Entendeu? Mundial!
Uma empresa que conheço mandou embora 190 colaboradores… 190 famílias só em uma empresa!
Quase 600 pessoas impactadas por não termos eventos comerciais, isto, só em uma empresa!
Esta é a hora! A hora de iniciarmos e sermos referência de como voltar.
Não existe profissional mais preparado, mais focado em segurança do público, do que o profissional de eventos nesta retomada.
Tudo já fizemos e se for necessário, faremos mais.
Afinal, alhos não são bugalhos, ora pois.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Paulo Passos