A Igreja Presbiteriana do Brasil, uma das principias instituições evangélicas do país, arquiteta nos bastidores a aprovação de uma proposta para que seus pastores orientem os fieis contra o “comunismo” e a “nefasta influência do pensamento de esquerda”. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Na proposta do Supremo Concílio, os líderes da igreja sugerem a criação de uma comissão anti-esquerda formada por altos dirigentes “para elaborar a Carta Pastoral sobre a incompatibilidade da fé Cristã com o Marxismo e derivados”. Os ‘derivados são listados em seguida: “Ideologia de Gênero, Transexualidade, Feminismo, Agenda Abortista”.
Segundo o Estadão, nos bastidores, a proposta é apontada como uma pressão contra fiéis críticos de Bolsonaro e eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não seriam mais bem-vindos no reduto presbiteriano. “Já não é mais segredo nos círculos presbiterianos que o comando da instituição está diretamente alinhado com o atual presidente e apoiará Bolsonaro na tentativa de reeleição, em outubro”, informou a reportagem.
A cúpula da Igreja Presbiteriana do Brasil é majoritariamente conservadora e alinhada ao governo federal. Um dos líderes da igreja é o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso no âmbito de uma investigação sobre o gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado por Bolsonaro, também é da mesma organização.
Após a repercussão do caso, Roberto Brasileiro Silva, presidente da Igreja, disse que os pastores e membros da instituição têm liberdade para se posicionarem politicamente, apesar do relatório interno.
“A igreja não apoia este ou aquele candidato e não destoa deste ou daquele candidato. Nós damos liberdade aos nossos pastores e aos nossos membros nos seus posicionamentos políticos”, disse o reverendo à reportagem. Ele evitou comentar o conteúdo do relatório, que fala em afastar os crentes do “comunismo” e da “nefasta influência do pensamento de esquerda”. A proposta será discutida no Supremo Concílio da IPB, órgão máximo de decisão da igreja, entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá, e depende de aprovação para se tornar oficial.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Estado de São Paulo