Depois de um mês intercalando ganhos e realização de lucros, o Ibovespa tocou a simbólica e inédita marca dos 100 mil pontos pela primeira vez na história. Na opinião de especialistas, o rali, a partir de agora, vai ficando mais difícil, porque dependerá cada vez mais de um fluxo de notícias positivas, sobretudo na frente doméstica, para impulsionar os preços das ações.
Ainda assim, a expectativa é que o avanço prossiga: com o andamento da reforma da Previdência e um ambiente no exterior minimamente positivo para os emergentes, o índice deve perseguir patamares mais altos, perto dos 120 mil pontos, segundo os principais bancos de investimentos e corretoras.
O Ibovespa tocou os 100 mil pontos às 14h34; às 14h51, o índice da Bolsa paulista tinha elevação de 0,90%, totalizando 100.028 pontos. O giro financeiro é de R$ 7,45 bilhões. Entre as altas de maior destaque estão Ambev ON (4%) e Petrobras (2,53% a ON e 1,38% a PN). Entre os bancos, o movimento ainda é mais moderado: Bradesco ON subia 0,35%, Bradesco PN avançava 0,50% e Itaú Unibanco PN ganhava 0,60%.
Segundo Marcos Assumpção, analista do Itaú BBA, uma combinação de fatores dá suporte para o movimento do Ibovespa atualmente. O mercado continua esperando avanço na tramitação da reforma da Previdência, enquanto um exterior favorável para os emergentes tira do caminho a busca por proteção e realização de lucros.
“Apesar de termos notícias negativas de revisão de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] mundial e também brasileiro para baixo, isso mantém a perspectiva de taxas de juros pequenas nos países desenvolvidos, que é o que importa para a renda variável, tanto aqui quanto no cenário externo”, diz.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: Juliana Machado