O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara Federal, anunciou que pretende discutir nos próximas dias com líderes de bancadas a adoção de novas regras de convivência no plenário da Casa, para conter incidentes como os que foram registrados no início do seu mandato à frente do Parlamento. Entre as medidas que serão adotadas por ele está mais rigor para códigos de vestimenta. Segundo Motta declarou à imprensa do Sul, deputados usando camiseta ou sem gravata não pode entrar no recinto. “Essa será uma máxima: o parlamentar que aqui estiver fora daquilo que o nosso regimento rege, nós não permitiremos que permaneça em plenário”, explicou.
Outra punição considerada pela presidência da Casa é usar o recurso do Conselho de Ética da Câmara que prevê a suspensão cautelar de um congressista por seis meses, após pedido da Mesa Diretora. No início deste ano os embates têm sido frequentes entre governistas e oposicionistas, agravados por temas como a alta nos preços dos alimentos, a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados pela trama golpista, a discussão da anistia a condenados por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Nesse cenário, parlamentares usaram itens como bonés e cartazes para pro0testar em plenário.
Há menos de um mês no cargo, Hugo Motta teve que subir o tom em plenário na última quarta-feira, 19, pela primeira vez, depois de um bate-boca entre deputados governistas e da oposição. O paraibano repreendeu o comportamento dos pares e quer continuar a discutir nas próximas semanas procedimentos para garantir a boa convivência entre bancadas antagônicas dentro da Casa, segundo informa o portal Metrópoles. Num dos incidentes, o líder do PT, Lindbergh Farias, tentava falar em uma das tribunas enquanto aliados seguravam cartazes com denúncias contra Bolsonaro, mas ele foi interrompido várias vezes por deputados de oposição. No momento, a sessão era presidida pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), terceira-secretária da Mesa, que suspendeu a sessão por não conseguir dar andamento aos trabalhos devido às manifestações. Hugo Motta retornou ao plenário, reassumiu o comando da sessão e repreendeu duramente os deputados, advertindo que não é “um presidente frouxo”.
Nonato Guedes