Humanização

HORA DO COLINHO: projeto de JP transforma a humanização no atendimento neonatal e se torna lei em outros estados; veja como funciona

Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba
Foto: Marcelo Júnior / Polêmica Paraíba

O projeto criado por uma enfermeira paraibana, no período da Pandemia da Covid-19 em 2021, ganhou grande repercussão. Por isso, foi reconhecido como Protocolo Operacional Padrão (POP), em parecer técnico do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em julho de 2021. Ele também deu origem a várias outras leis e projetos de lei pelo Brasil.

Em João Pessoa, a iniciativa se tornou a Lei Municipal 14.308/202, de autoria do vereador Marmuthe Cavalcanti. Ela está sendo contada durante uma exposição no Museu Nacional de Enfermagem (MuNEAN), em Salvador, na Bahia, através de vídeo no painel “O profissional de hoje: do Século 20 aos dias atuais”. Também foi tema de livro, intitulado: “A Hora do Colinho: além de um protocolo”.

A enfermeira Mariluce Ribeiro de Sá desenvolveu o projeto pioneiro na maternidade pública Frei Damião, em João Pessoa, e transformou-o em lei na Paraíba, Rio de Janeiro, Piauí, Acre e Mato Grosso. Além disso, o projeto aguarda aprovação no Distrito Federal, Maceió, Maranhão, Pernambuco e Tocantins. Ele também tramita no Congresso Nacional, com grandes expectativas de expansão.

A “Hora do Colinho

A enfermeira Mariluce Ribeiro, coordenadora do centro obstétrico da maternidade Frei Damião em João Pessoa, criou o projeto “Hora do Colinho”. Segundo ela, a ação tem o objetivo de acalmar bebês isolados em UTIs devido à ausência das mães, que, muitas vezes, são vítimas da covid-19. Dessa forma, o projeto visa preencher a ausência materna e proporcionar conforto aos recém-nascidos, promovendo um cuidado essencial neste momento delicado.

Ela percebeu que o choro constante dos recém-nascidos, exacerbado pela restrição de visitas, poderia ser amenizado com o colo da própria equipe. Assim, o projeto surgiu durante a segunda onda da pandemia, quando aumentaram os óbitos maternos e os bebês necessitaram de cuidados intensivos.

Sentindo-se comovida, tanto como profissional quanto como mãe, ela começou a oferecer seu colo para acalmar os recém-nascidos. Como resultado, a prática mostrou benefícios significativos, como aumento do tempo de sono, ganho de peso, melhor absorção da dieta, redução do choro e, consequentemente, alta mais rápida.

Como funciona a “Hora do Colinho” na prática

O Conselho Federal de Enfermagem (Confen) divulgou que a equipe hospitalar realiza a terapia do colo todos os dias nas maternidades com todos os bebês, durante um tempo mínimo de 40 minutos. Nessa prática, a equipe promove acolhimento afetivo, o que diminui o estresse e garante uma melhor recuperação dos bebês.

A técnica envolve, inicialmente, o Procedimento Operacional Padrão (POP), que aprimora a respiração e, consequentemente, promove a expansão da caixa torácica do bebê. Além disso, esse processo auxilia no funcionamento do intestino e do estômago, contribuindo para o movimento do corpo.