Desde agosto de 2020, o Brasil tem oportunidade de fechar contratos com a Pfizer para a compra de vacinas contra a covid-19. O governo, no entanto, recusou seis ofertas feitas entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, e só resolveu adquirir os imunizantes em março deste ano — sete meses depois da primeira proposta, que previa entrega de 500 mil doses ainda no ano passado.
As informações são do ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo, que estava no cargo quando a empresa começou a negociar vacinas. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira, 13, ele detalhou todas as vezes que a empresa entrou em contato com o Brasil para oferecer imunizantes.
Veja como foi:
A partir de maio de 2020: reuniões iniciais com o Ministério da Saúde, nas quais a Pfizer compartilhava o status de andamento da ainda potencial vacina
16 de julho de 2020: Pfizer entrega ao Ministério da Saúde um documento de manifestando interesse na negociação de vacinas
6 de agosto de 2020: reunião em que o Ministério da Saúde manifesta possível interesse em comprar as vacinas
14 de agosto de 2020: Pfizer faz a primeira oferta ao Brasil. Propõe dois contratos: de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses. Nos dois, a previsão de entrega era de:
- 500 mil doses ainda em 2020
- 1,5 milhão no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões no segundo trimestre de 2021
- O restante até o fim de 2021
18 de agosto de 2020: Pfizer faz a segunda oferta ao Brasil. Propõe dois contratos: de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses. Nos dois, a previsão de entrega era de:
- 1,5 milhão de doses ainda em 2020
- 1,5 milhão no primeiro trimestre de 2021
- 5 milhões no segundo trimestre de 2021
- O restante até o fim de 2021
26 de agosto de 2020: Pfizer faz a terceira oferta ao Brasil. Propõe dois contratos: de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses. Nos dois, a previsão de entrega era de:
- 1,5 milhão de doses ainda em 2020
- 2,5 milhões (no contrato de 30 bilhões) ou 3 milhões (no contrato de 70 bilhões) no primeiro trimestre de 2021
- 8 milhões (contrato de 30 bilhões) ou 14 milhões (contrato de 70 bilhões) no primeiro trimestre de 2021
- O restante até o fim de 2021
11 de novembro de 2020: Pfizer faz a quarta oferta ao Brasil, de 70 milhões de doses. A previsão de entrega era de:
- 2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 6,5 milhões no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões no terceiro trimestre de 2021
- 29,5 milhões no quatro trimestre de 2021
24 de novembro de 2020: Pfizer faz a quinta oferta ao Brasil, igual à anterior, de 70 milhões de doses. A previsão de entrega era a mesma:
- 2 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021
- 6,5 milhões no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões no terceiro trimestre de 2021
- 29,5 milhões no quatro trimestre de 2021
15 de fevereiro de 2021: Pfizer faz a sexta oferta ao Brasil, de 100 milhões de doses. A previsão de entrega era de:
- 8,7 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 32 milhões no terceiro trimestre de 2021
- 59 milhões no quarto trimestre dei 2021
*Não especificou quando seria a entrega das 300 mil restantes
22 de fevereiro de 2021: Anvisa aprova registro permanente da vacina da Pfizer
8 de março de 2021: Pfizer faz a sétima oferta ao Brasil, de 100 milhões de doses. A previsão de entrega era de:
- 14 milhões de doses no segundo trimestre de 2021
- 86 milhões no terceiro trimestre de 2021
19 de março de 2021: Governo brasileiro assina contrato com a Pfizer, para compra de 100 milhões de doses, com base na sétima oferta
23 de abril de 2021: Pfizer faz nova oferta ao Brasil, de 100 milhões de doses. A previsão de entrega era de:
- 30 milhões de doses no terceiro trimestre de 2021
- 70 milhões no quarto trimestre de 2021
10 de maio de 2021: Governo brasileiro assina segundo contrato com a Pfizer, para compra de mais 100 milhões de doses, com base na oferta de 23 de abril
Fonte: Exame
Créditos: Polêmica Paraíba