Ordem unida entre os militares de alta patente do Brasil: evitar a todo custo brigas com os bolsonaristas de raiz. Na avaliação do militares, o importante é não empanar as “boas perspectivas para o Brasil” trazidas pela virada de Joe Biden na contagem de votos da eleição presidencial dos EUA.
Entenda-se por “boas perspectivas para o Brasil” o fato de que a eventual posse de Biden deve obrigar o presidente Jair Bolsonaro a adotar políticas externa e interna mais pragmáticas e menos ideológicas.
Esse pragmatismo político vem sendo defendido publicamente pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, especialmente na área de meio ambiente e no relacionamento com a China. É defendido mais fortemente pelos generais da ativa, que estão fora do governo, mas também tem o apoio de boa parte dos que fazem parte da equipe de Bolsonaro, em geral na reserva das Forças Armadas.
Pessoalmente, Bolsonaro e seus filhos estão alinhados com a ala ideológica do governo, os seguidores do guru conservador Olavo de Carvalho, representada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O temor na caserna é que os aliados de Donald Trump no Brasil tentem provocar brigas. Com isso, podem conseguir que um ou outro adversário seja expelido do poder antes que a eventual posse de Joe Biden force Bolsonaro a mudar.
O próprio Bolsonaro já admitiu que uma vitória de Biden tem reflexos sobre a geopolítica do continente e que está havendo um avanço das esquerdas. Ele disse, no Twitter:
Mas, mesmo nesse post em que reconhece o avanço adversário, Bolsonaro se mostra atrelado à ala ideológica. E isso é que deixa os militares cuidadosos.
O guru dos bolsonaristas de raiz também tem deixado claro em suas postagens que não pretende desistir da briga:É um consolo de merda, mas ninguém pode negar que O POVO brasileiro está mais consciente do que o americano.
Fonte: Uol
Créditos: Uol