Gasolina e óleo diesel ficam até 5% mais caros a partir de hoje

Preço nas bombas deverá ser reajustado à medida que novos estoques de combustíveis cheguem aos postos

Dinheiro-1

A Petrobras reajusta a gasolina em 3% nas refinarias e o diesel sofrerá aumento de 5%. O anúncio foi feito ontem em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e já está em vigor desde a 0h de hoje. Este é o primeiro reajuste desde 29 de novembro de 2013.

O preço nas bombas, que é livre, deverá ser reajustado à medida que novos estoques de combustíveis cheguem aos postos. O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), José Alberto Gouveia, disse que o repasse para o consumidor deverá ficar “um pouco abaixo” do reajuste aplicado nas refinarias para as distribuidoras. “No aumento anterior, que foi de 4% [em 29 de novembro de 2013], o repasse na bomba foi de cerca de 3%.”

A Petrobras havia recebido na última terça-feira o aval do ministro da Fazenda, Guido Mantega, presidente do conselho de administração da empresa, para reajustar os combustíveis. Na ocasião, o ministro havia pedido à empresa que o valor não divulgasse o anúncio no dia, segundo a reportagem apurou.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fez uma apresentação ao grupo, em Brasília, em que mostrava projeções com o percentual de 8% de reajuste. O esperado era que o aumento para a gasolina ficasse em 5%.

Pelo estatuto da Petrobras, a decisão pelo reajuste dos combustíveis é da diretoria-executiva da empresa, liderada pela presidente Maria das Graças Foster.

Na prática, porém, o aumento é negociado junto ao governo, uma vez que a concessão traz impactos inflacionários, e depois a proposta é apresentada aos conselheiros. A União controla a Petrobras e, nessa condição, nomeia sete dos dez conselheiros.

Nos últimos 4 anos, as perdas para a Petrobras com a política de não reajuste imediato dos combustíveis são calculadas em R$ 60 bilhões, segundo a corretora Gradual.

PREÇOS
Neste ano, os combustíveis permaneceram a maior parte do tempo com preço abaixo da cotação internacional, chegando, em alguns casos, a uma defasagem de 20%. Com a queda no preço mundial do petróleo, da faixa de US$ 100 para US$ 85 o barril, no último mês, a perda diária da Petrobras praticamente deixou de existir.

Até a semana passada, último dado disponível, a gasolina estava 1% mais cara no Brasil do que no exterior. Já o diesel, tinha defasagem de 4,5%.

Apesar da menor defasagem, analistas dizem que o reajuste é necessário para recompor parcialmente as perdas de caixa dos últimos anos.
Jornal da Paraíba