Os pais de Marielle Franco (1979-2018), Antônio Francisco da Silva Neto e Marinete Silva, consideraram ruim a saída da investigação da promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro Carmem Eliza Bastos de Carvalho.
Marielle foi vereadora no Rio pelo Psol. Morreu assassinada em 14 de março de 2018 em caso ainda não resolvido pela polícia. Em entrevista ao jornal O Globo, os pais de Marielle deram declarações a favor da promotora Carmen Eliza.
“Foi covardia o que fizeram com ela [a promotora]. Independente de quem ela vote ou partido que apoie, o trabalho dela sempre foi pautado pela isenção. Somos testemunhas disso. Infelizmente, apesar do nosso apelo para ela continuar à frente das investigações e da ação penal, não nos ouviram”, declarou Antônio.
Para Marinete Silva, a saída da promotora do caso “foi uma perda”. A mãe de Marielle publicou na internet na 6ª feira (1º.nov.2019) à noite texto exaltando o trabalho do Ministério Público do Rio:
“Sobre os últimos acontecimentos relativos à investigação da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, esclareço como mãe de Marielle que: precisamos confiar no trabalho do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no que tange ao cumprimento do seu papel constitucional. Porém, existindo algum motivo de suspeição/impedimento de algum de seus membros, cabe à instituição as medidas necessárias para a regularização. Precisamos do Estado Democrático de Direito e confiamos na Justiça”.
O afastamento de Carmen Eliza se deu porque foram publicadas na mídia postagens que ela fez em apoio a Jair Bolsonaro. A promotora compartilhou 1 post após a vitória de Bolsonaro: “O Brasil venceu! 57,7 milhões! Libertos do cativeiro esquerdopata”. Na legenda, escreveu: “Fé! Esperança no renascimento. Resiliência. Patriotismo. Assim que se constrói uma NAÇÃO! União em prol do Brasil! Família, moral, honestidade, vitória do bem!”.
Além disso, a promotora havia compartilhou em seu perfil do Instagram uma foto com o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ). Ele foi 1 dos responsáveis por quebrar uma placa que homenageava Marielle.
Integrante da equipe do Ministério Público do Rio que investiga caso Marielle, Carmen Eliza tem postagens em homenagem a Bolsonaro em suas redesReprodução/redes sociais
A promotora divulgou declaração (íntegra) em que nega ter atuado sob “qualquer influência política ou ideológica” no caso Marielle. Afirma, também, que “liberdade de expressão deve ser respeitada” e que “1 promotor não perde seu direito de cidadão”. Ainda assim, acabou sendo compelida a sair da investigação por pressão interna no Ministério Público.
Agatha Arnaus Reis, viúva de Anderson Gomes (o motorista que também foi morto e dirigia o carro de Marielle no dia do assassinato em 2018), fez declarações positivas sobre a atuação de Carmen.
“Não houve, durante as audiências em que estive, qualquer ato que desabonasse a atuação da doutora Carmen. Acredito que a posição partidária dela não teve qualquer influência na atuação dela. Nem para um lado, nem para outro. Afinal de contas, todos temos nossas opções, né?!”, declarou Agatha, segundo o jornal O Globo.
Fonte: Poder360
Créditos: Poder360