Em depoimento ao Ministério Público Federal, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que conheceu o ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega, por intermédio do seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, e ressaltou que o miliciano que comandava o Escritório do Crime, braço de extermínio da milícia de Rio das Pedras, na zona Oeste do Rio, envolvida no assassinato de Marielle Franco, foi seu instrutor de tiro.
“Daniele é ex-esposa do Adriano”, disse o filho de Jair Bolsonaro, sobre a ex-funcionária de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “É importante eu contar o contexto de como conheci o Adriano. Eu conheci o Adriano dentro do Bope, ele me dando instrução de tiro por intermédio do Queiroz. Ele me deu instrução de tiro”, emendou.
Em áudio obtido pelo jornal O Globo, Flávio disse ainda que homenageou o miliciano quando ele estava preso por “respeito à versão deles” sobre um dos assassinatos cometidos pelo grupo que ele comandada no Bope.
“O Adriano, que como falei conheci dentro do Bope, em determinada situação ele foi acusado de ter matado um trabalhador em uma comunidade do Rio. Ele e toda a guarnição dele – ele e mais uns 10, se não me engano. E acabou (SIC) todos presos no batalhão prisional de Benfica. Aí, como eu já conhecia o Adriano, e num gesto de mostrar como eu respeitava, eu acreditava na versão deles, eu homenageei Adriano dentro do Batalhão prisional”, afirmou.
No depoimento dado no dia 7 de julho, Flávio disse desconhecer ainda depósito de R$ 25 mil feito por Queiroz na conta de sua esposa, Fernanda Bolsonaro, em agosto de 2011.
“Não sei a origem do dinheiro. Mas dá uma checada direitinho que eu tenho quase certeza que não deve ter nada a ver com Queiroz. Queiroz nunca depositou dinheiro na conta da minha esposa, pelo que eu saiba”.
O MP do Rio mapeou, diante da quebra de sigilo, de onde veio o dinheiro que teria bancado a entrada de R$ 110,5 mil do apartamento do casal. Dias antes do pagamento, em agosto de 2011, houve um movimento de créditos na conta de Fernanda, sendo o primeiro no dia 15, vindo de Queiroz. Depois de dois dias, a mulher de Flávio recebeu R$ 74,7 mil de resgate de aplicações em fundos. Um novo depósito em espécie foi feito no dia 19, por uma pessoa cuja identidade está em sigilo. Nesses quatro dias, a conta ficou com crédito adicional de R$ 111,7 mil, suficiente para pagar a entrada.
O MP do Rio apontou, no pedido de prisão preventiva de Queiroz, em junho, imagens em que ele paga boletos no valor de R$ 6,9 mil de mensalidades da escola das filhas de Flávio. Os promotores investigam ainda o pagamento de 114 boletos bancários das escolas das filhas e do plano de saúde da família de Flávio Bolsonaro cujos valores não foram debitados das contas do então deputado nem das de sua mulher. O valor total desses boletos chega a R$ 261,6 mil.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Fórum