FAMILIA NÃO TEVE AJUDA

Família de brasileira morta na Guiana Francesa faz vaquinha para repatriar corpo e reclama de falta de apoio do governo

O pai da brasileira Romenia Brito, assassinada na Guiana Francesa, viajou nesta quarta-feira (25) para tentar encontrar uma forma de repatriar o corpo da filha e voltar ao Brasil com os dois netos.

O pai da brasileira Romenia Brito, assassinada na Guiana Francesa, viajou nesta quarta-feira (25) para tentar encontrar uma forma de repatriar o corpo da filha e voltar ao Brasil com os dois netos. A vítima deixa três filhos — os dois mais novos, de 10 e 5 anos, moravam com ela, e o mais velho, de 13 anos, no Brasil.

Romenia tinha 28 anos e era natural do Tocantins — Foto: Arquivo Pessoal

Dona de casa, a tocatinense Romenia Brito, de 28 anos, foi morta a facadas em uma vila que fica nas margens do rio Lawa, na divisa da Guiana Francesa com Suriname. Segundo autoridades locais, o principal suspeito do crime é Aimar Lopes de Souza, marido da vítima e que também é brasileiro. A família de Romenia é de Buriti do Tocantins, na região do Bico do Papagaio. Os familiares precisaram pegar dinheiro emprestado para conseguir a passagem de ida, que custou mais de R$ 9 mil de Belém (PA) até Paramaribo, capital do Suriname. Sem condições, eles lançaram uma campanha nas redes sociais para tentar conseguir apoio financeiro.

“Tivemos ajuda de amigos, da família, pegou emprestado para conseguir chegar lá. O custeio para ficar lá vai ser todo por nossa conta e para voltar e trazer as crianças não sabemos como vai ficar. Só o necrotério onde o corpo está soubemos que a diária é de 80 dólares”, disse Holanda Brito, irmã da vítima.

Traslado do corpo
A família reclama da falta de informação e apoio do governo brasileiro. Nesta terça-feira (25), a família recebeu um e-mail do Ministério das Relações Exteriores orientando que procurassem a embaixada em Paramaribo e afirmando que a família deveria arcar com as despesas.
“É importante observar que não há previsão legal ou orçamentária por parte do governo brasileiro para pagamento das despesas funerárias, nem do enterro, nem do translado corpo/cinzas para o Brasil. Desta forma, antecipamos que a família deverá arcar com tais despesas”, diz trecho do documento.
A mesma informação foi enviada ao deputado tocantinense Célio Moura (PT), que pediu ao Itamaraty ajuda para a família.

Família diz que falta informação
A família diz que não há qualquer informação por parte dos governos ou da polícia e só vai saber quanto tudo vai custar após o pai da vítima chegar a capital do Suriname. Ele está em Belém (PA) e deve pegar um avião ainda durante a tarde para Paramaribo.
“A gente não tem informações, não tem parente lá e ninguém que possa dar informação. O governo e as polícias de lá não passaram de nada. Estavam recebendo informações de vizinhos enquanto o corpo estava na vila onde o crime aconteceu”, contou Holanda Brito Reis, irmã da vítima.

Ligação de desconhecida
Holanda contou ao G1 que ficou sabendo do crime no início da manhã desta segunda-feira (23) ao tentar fazer contato com a vítima por um aplicativo de mensagens. Ela enviou uma foto para o celular de Romenia e pouco depois recebeu uma ligação de uma desconhecida contando do crime.
“Aqui na cidade está tendo um festejo e nós tiramos uma foto com o padre que batizou a gente quando éramos criança. Eu mandei a foto por volta das 6h40 e vi que ela ficou online horas antes, 4h26, e até estranhei porque costumava acordar mais tarde. Logo depois uma mulher me ligou do número dela [da irmã] e disse que minha irmã tinha morrido”, contou.
O crime
O assassinato aconteceu durante a madrugada de segunda-feira (23) e teria sido presenciado por um dos filhos de Romenia com o suspeito do crime — o menino tem 10 anos. “O menino mais velho viu tudo. [Eles] Estão traumatizados e sozinhos. Estamos sentindo impotentes porque as crianças estão só chorando e a gente não pode nem dar um abraço”, lamentou Holanda.
Segundo a família, o principal suspeito do crime é o próprio marido dela, Aimar Lopes de Souza, que também é brasileiro. Ele teria sido preso pelas autoridades locais.
Os dois filhos da brasileira que moravam com ela fora do país estão na casa de uma vizinha na mesma vila onde aconteceu o crime. Além do menino de 10 anos, Romenia tinha uma criança de 5, que também morava na Guiana, e um filho mais velho, de 13 anos, que mora no Brasil.
Romenia morava na Guiana Francesa havia 12 anos. Ela se mudou para o país com apenas 16 anos de idade e era dona de casa. O corpo da mulher foi levado para a capital do Suriname, Paramaribo. Não há mais informações sobre as investigações do caso.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: G1 GLOBO