RACISMO

Extra é condenado pela Justiça a indenizar cliente negra revistada na saída do mercado

(Foto: GPA/Divulgação)

A Companhia Brasileira de Distribuição, empresa responsável pelo supermercado Extra, foi condenada pela Justiça de São Paulo a pagar uma indenização de R$ 12 mil para uma cliente que foi vítima de racismo em uma loja do bairro Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. A decisão, emitida em primeira instância nesta segunda-feira (6), considerou o Extra responsável por uma abordagem inadequada, motivada por questões raciais.

Em novembro de 2022, a cliente, de 56 anos, se dirigiu até uma das filiais do “Mini Extra” para comprar pão, acompanhada por sua filha. No entanto, ela desistiu da compra ao observar que a fila do caixa de pagamento estava muito longa.

A cliente deixou o pão que havia escolhido na prateleira e se dirigiu para a saída. Conforme alegado no processo, um segurança do estabelecimento a abordou e arrancou a bolsa de suas mãos, gritando: “O que você tem aqui?”

Por conta da humilhação sofrida, a cliente chamou a polícia para relatar o ocorrido. Ela afirmou não ter dúvidas de que foi vítima de racismo, argumentando que pessoas brancas também deixaram o estabelecimento sem fazer compra alguma, mas não foram abordadas pelo segurança.

No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, 69% dos pretos e 36% dos negros (pretos ou pardos) afirmam já terem sofrido preconceito em lojas, restaurantes, shoppings ou supermercados.

À Justiça, o advogado Marco Aurélio Tadeu, representante da vítima, ressaltou que o Extra tem câmeras de monitoramento e que, portanto, o segurança poderia ter verificado que ela não havia cometido furto algum. Segundo Tadeu, apenas após a chegada dos policiais, os seguranças se desculparam com a vítima.

Na defesa apresentada à Justiça, a empresa afirmou argumentou que não pode ser responsabilizada pelos acontecimentos, uma vez que a “suposta abordagem indevida” teria sido realizada pelo segurança de uma empresa terceirizada. A Companhia Brasileira de Distribuição afirmou ainda que a narrativa feita pela cliente não corresponde à realidade dos fatos, e que possui uma motivação oportunista visando obter vantagens financeiras.

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Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Terra