Propina para compra de vacinas

"Exoneração de servidor aponta para existência de esquema de corrupção", avalia senador da CPI

"Exoneração de servidor aponta para existência de esquema de corrupção", avalia senador da CPI

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro da CPI da Pandemia, avaliou que a exoneração de Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde, “aponta para existência de um esquema de corrupção”, embora ressalte que o caso ainda precise de apuração. Roberto Dias é suspeito de pedir propina de US$ 1 por cada dose de vacina contra a covid-19 na negociação para compras de vacina AstraZeneca.

Dias foi nomeado na gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta. Seu nome foi uma indicação do deputado federal e atual líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR). Barros, porém, nega que tenha interferido na nomeação. O servidor foi acusado por Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply, empresa que tentou negociar com o governo de Jair Bolsonaro a venda de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, de pedir propina de US$ 1 por cada dose adquirida. A denúncia foi feita em entrevista à Folha de S.Paulo.

“Apresentamos pedidos de convocação tanto do (deputado) Luís Miranda para sessão secreta da CPI para que ele possa explicar essa nova denúncia que fez na revista Crusoé e do empresário Dominguetti, que teria recebido essa proposta de pagamento de propina de US$ 1 por dose para que pudesse fazer a venda daquilo que oferecia ao Ministério da Saúde”, disse Alessandro Vieira em entrevista ao UOL.

“São fatos muito graves que precisam ser bem apurados, a gente sabe do momento turbulento da política, mas tudo aponta e a própria exoneração do servidor logo em seguida aponta para existência de um esquema de corrupção que seguramente, além de prejuízos para os cofres públicos, atrapalhou muito o combate à pandemia”, continuou.

Ontem (29), o caso das negociações da vacina indiana Covaxin ganhou mais um personagem. Segundo reportagem da revista Crusoé, o lobista Silvio Assis, figura conhecida pela classe política em Brasília, teria oferecido propina para que o deputado Luís Miranda (DEM-DF), que denunciou as supostas irregularidades na compra do imunizante, não atrapalhasse o negócio.

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba