O evento realizado pelo Sesc São Paulo e pela Unifesp – Universidade Federal de são Paulo, é um convite para refletir sobre o que a pandemia nos ensinou sobre desigualdades e vulnerabilidades em saúde.
Para isto, durante dois dias serão apresentados os resultados da ação de acolhimento psicossocial e produção de conhecimento realizado por Sesc e Unifesp entre agosto de 2020 e janeiro de 2021.
Com o projeto Sesc/Unifesp de Enfrentamento à COVID-19: Acolhendo Populações Vulnerabilizadas & Interseccionalidades, essas instituições produziram um diálogo com cinco populações vulnerabilizadas (pessoas em situação de rua, moradores de comunidades do distrito da Vila Mariana, indígenas da aldeia Tekoa Paranapuã, pessoas trans e mulheres africanas residentes no Brasil). A partir de encontros semanais em formato online, foi proposto que cada uma destas populações registrasse imagens e, a partir delas, refletissem em conjunto sobre suas realidades, juntamente com uma equipe pedagógica formada por professores e estudantes da Unifesp, além de profissionais do Sesc São Paulo.
O método empregado para os registros foi o photovoice que, de acordo com a Dra. Carmen Santana, coordenadora do projeto pela Unifesp, “é uma metodologia para a mobilização de grupos sociais e também para que as pessoas reflitam sobre as suas realidades e sobre as estratégias de enfrentamento às dificuldades sociais.” Após o registro das imagens por aparelhos celulares, cada grupo refletiu sobre a importância delas e produziu uma legenda ou de um pequeno texto que acompanha as fotos.
A ação também foi importante para o acolhimento dessas populações, como fala Nádia Ferreira, liderança articuladora das mulheres africanas residentes no Brasil, “(…) um espaço de acolhimento, um espaço de fortalecimento, de dividir, de estar junto. Se tornou um momento mais esperado da semana (…)”.
Dada a situação de vulnerabilidade social dos participantes, a produção de imagens foi condicionada a empréstimos de aparelhos celulares, que serviam de câmera e meio de comunicação, do custeio de plano de dados e também da concessão de bolsa aos participantes durante todo o processo. Isso foi possível com a parceria entre Sesc e Unifesp, relação que já existia, mas que foi aprofundada por conta da pandemia, como conta Érika Mourão, gerente do Sesc Vila Mariana: “Tínhamos outras intenções quando fomos atravessados pela pandemia e transformamos as intenções anteriores em novos projetos que, de alguma forma, pudessem dar conta de um de trabalho social com as comunidades”.
O material gerado durante esse processo será apresentado em cinco mesas temáticas nos dias 30 e 31 de março, no Sesc Vila Mariana.
Aberto ao público interessado em geral, o evento, além de exibir as imagens e vídeos concebidos durante todo o processo, propõe um espaço para o diálogo crítico sobre a situação de desigualdade e vulnerabilidade socioeconômica vivida por essas populações. Para isso, dentre os convidados para as mesas temáticas há representantes de órgãos públicos e personalidades consideradas, pelos próprios participantes, importantes para o debate.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo portal da Unifesp: https://bit.ly/
Abertura, 30/03, das 19h às 20h30
Joel Padula (Sesc São Paulo)
Raiane Assumpção (vice-reitora da Unifesp)
Carmen Santana (FMUSP/Unifesp)
Lôra Matoso (liderança da população em situação de rua)
Mesa 1 l comunidades do distrito da Vila Mariana, 30/3, das 20h40 às 22h
Gilson Rodrigues (G10 Favelas)
Luciana Rosa de Souza (Unifesp)
Leila Oliveira Francisco (liderança)
Mediação de Danila Paquier Sala (Unifesp)
Mesa 2 l população trans, 31/03, das 10h às 11h30
Keila Sympson (Presidenta da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais)
Xande Peixe (liderança)
Vinícius Silva (Defensoria Pública do Estado de São Paulo)
Mediação de Symmy Larat (liderança)
Mesa 3 l indígenas da aldeia Paranapuã, 31/03, das 12h às 13h30
Cleodinei Martins Cárceres (Representante da Aldeia Pakurity, Iguape)
Luiz de Souza Karai (Cacique da Aldeia Nhamderu Pó, Mongaguá)
Ronildo Amandios de Oliveira (Cacique da Aldeia Tekoá Paranapuã, São Vicente)
Mediação de Raiane Patrícia Severino Assumpção (Unifesp)
Mesa 4 l população em situação de rua, 31/03, das 15h às 16h30
Carlos Bezerra Júnior (secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social)
Fernanda Balera (Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo)
Alexandre Frederico (militante das políticas públicas para a população em situação de rua)
Mediação de Carmen Santana (FMUSP/Unifesp)
Mesa 5 l mulheres africanas, 31/03, das 17h às 18h30
Mafoane Odara (Executiva em RH e Consultora em Diversidade, Equidade e Inclusão)
Nádia Ferreira (liderança – Coordenadora da IADA AFRICA)
Núria Margarit Carbassa (Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes – CRAI/PMSP)
Mediação de Débora Galvani (Unifesp)
19h | Apresentação do coral Mboraimirim da aldeia Paranapuã
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba