O estudo global foi realizado pela Ong Plan Internacional, entrevistou mais de 14 mil meninas e jovens mulheres em 22 países. A pesquisa intitulada de ‘Liberdade On-Line’ apontou que mais da metade das entrevistadas (58%) já foram assediadas nas redes sociais. Aqui no Brasil 500 meninas participaram da pesquisa e o resultado é assustados: 77% já foram assediadas, esse percentual é maior que a média global.
Os tipos de assédio que estão listados no relatório passam por ameaça de violência sexual, assédio sexual, comentários racistas e/ou LGBTQI+, perseguição, linguagem abusiva, entre outros.
De acordo com as informações obtidas na pesquisa, mesmo quando as mulheres não passam por assédio on-line baseado em gênero, elas (38%) ainda conhecem outras meninas ou jovens mulheres que já sofreram assédio on-line nas redes sociais.
A idade em que ocorre o primeiro assédio on-line
Embora poucas meninas tenham sofrido assédio on-line desde muito novas (entre 8 e 11 anos), a maioria das meninas começou a sofrer assédio nas redes sociais entre os 12 e 16 anos.
A solução para esse tipo de problema não é incentivar que as mulheres ignorem os assediadores, ou saiam das suas redes sociais para evitar situações assim. A solução é identificar os criminosos e responsabilizá-los. Não basta fugir do problema, ele vai acontecer repetidas vezes, já que existem milhares de mulheres que podem ser tornar possíveis vítimas. Esconder suas opiniões, e opção sexual não deve ser a alternativa certa.
Por meio da pesquisa on-line, as meninas e jovens mulheres foram questionadas sobre o quanto elas já ouviram sobre assédio on-line. 4% disseram que disseram nunca ouviram sobre assédio on-line, 12% disseram que já ouviram um pouco sobre isso, 31% disseram que já ouviram algo a respeito e 53% disseram que já ouviram muito sobre assédio.
Informar
O quanto as meninas e jovens mulheres já sabem sobre a existência e o significado do assédio on-line parece ter influenciado em sua capacidade de refletir se de fato passaram ou não por uma situação de assédio on-line. E, de
fato, o nível de conhecimento das meninas sobre o conceito de assédio on-line é proporcional ao das meninas que informam casos de assédio on-line: das meninas que nunca ouviram falar sobre assédio on-line, 79% delas disseram que nunca foram assediadas. Das meninas que disseram ter ouvido um pouco sobre assédio on-line, apenas 23% disseram que nunca haviam sido assediadas, das meninas que ouviram algo sobre assédio on-line, apenas 28% disseram que nunca foram assediadas e das meninas que já ouviram muito sobre isso, apenas 15% disseram
nunca ter sido molestadas. Isso significa que, para identificar e denunciar o assédio on-line, é importante que as meninas e jovens mulheres saibam o que de fato é o assédio on-line.
Embora no geral 6% das meninas e jovens mulheres na região da América Latina nunca tenham ouvido falar de assédio on-line, esse percentual é de apenas 4% para meninas e jovens mulheres no Brasil, o que indica que mais meninas e jovens mulheres no Brasil estão cientes de assédio on-line do que na região em geral.
É um inaceitável saber que 8 em cada 10 mulheres que vivem no Brasil já passaram sofreram assédio. Orientar crianças também é uma das soluções. Informar é uma arma eficaz no combate ao assédio.
Consequências do assédio on-line
Meninas e jovens disseram que as experiências de assédio on-line causaram a elas ou a outras meninas que conhecem as seguintes consequências negativas: ficar fisicamente insegura, ter baixa autoestima ou perda de
confiança, ter estresse mental ou emocional, ter problemas na escola, ter problemas com amigos ou família, ter dificuldade de encontrar ou de se manter em um emprego. No geral, 68% disseram que elas ou outras meninas vivenciaram pelo menos um efeito negativo devido ao assédio nas redes sociais.
Os efeitos negativos mais comuns do assédio on-line são estresse mental ou emocional, seguido de baixa autoestima ou perda de confiança e insegurança física.
Fonte: Ong Plan Internacional
Créditos: Polêmica Paraíba