desafio do twitter

Estudante trans mostra mudanças do primeiro ao último período de faculdade e afirma: 'Sou privilegiado'

O desafio nas redes era que os universitários postassem fotos deles no primeiro e último períodos, para mostrar se —e o quanto— mudaram neste intervalo de tempo. O recém-formado em Educação Física Thomas Reis, que passou pela transição de gênero enquanto estudava, aceitou a proposta, e viralizou.

thomas
@thomasscristian
Primeiro período // oitavo período https://twitter.com/vituvos/status/1220121695937269761 …

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Borocochozinha
@vituvos
1º período// 5º período

Cresce só cabelo mesmo a cara de véio tá a mesma https://twitter.com/luizliveira/status/1220116969984315392 …

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111 mil
20:17 – 22 de jan de 2020
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9.836 pessoas estão falando sobre isso
No post em seu Twitter, replicado mais de seis mil vezes e com mais de 110 mil curtidas, seguidores chegam a duvidar que se trata da mesma pessoa. “Era um homem de peruca”, escreveu um. Thomas não deixou passar em branco.

<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Era um homem de peruca.</p>&mdash; Lei Costa (@leicosta_) <a href=”https://twitter.com/leicosta_/status/1220765909419274242?ref_src=twsrc%5Etfw”>January 24, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>

Em entrevista para Universa, Thomas conta que sempre se sentiu no corpo errado. Aos 5 anos, por exemplo, recorda-se que não gostou da festa de aniversário, com temática da Cinderela, personagem da Disney. “Coloquei um vestido rosa horroroso, e troquei porque aquilo não era o que eu queria”.

Mas somente enquanto estudava Educação Física na Universidade Estadual de Goiás, aos 20 anos, começou a ler pesquisas sobre a transição de gênero, ao mesmo tempo em que passou a ser acompanhado por uma psicóloga. Dois anos após esses estudos, ele diz, contou para os pais de sua decisão. A recepção não foi das melhores no início, mais por medo do preconceito, mas ele fala que no final a família ficou ao seu lado:

“Ouvi da minha mãe o que ela falou quando me assumi lésbica: ‘dentro de casa posso te proteger, mas fora não, e o mundo é mau.”

A faculdade, ele aponta, também o tratou com respeito, e hoje Thomas segue os estudos na Espanha, onde começará um mestrado:

“Quero que as pessoas trans enxerguem que é direito delas ocupar o espaço que quiserem. O mundo é delas também. Já escutei que não seria ninguém, e hoje estou na Europa estudando. Sou uma porcentagem mínima privilegiada, mas quero espalhar conhecimento e mostrar que é possível estar dentro de ambientes escolares”.

Fonte: UOL
Créditos: UOL